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sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

O MAU EXEMPLO DE JOSÉ GENOÍNO. POR POLÍBIO BRAGA.

É difícil entender o alvoroço estabelecido em torno da posse de José Genoíno como deputado Federal, o que ocorreu nesta quinta-feira, porque não há escândalo algum em andamento contra a presença na Câmara de outros três deputados também condenados: João Paulo Cunha (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT).
Além de condenados pelo STF, todos tiveram seus direitos políticos suspensos e seus mandatos foram cassados.
A alaúza em torno de José Genoíno deve-se ao aparente "maquiavalismo" de uma posse arranjada às pressas e ao fato da sua importância como dirigente do PT, cuja construção foi feita em cima de um discurso de claro moralismo pequeno-burguês do tipo udenista, sem contar a importância histórica do personagem, um ex-guerrilheiro comunista. Sua condenação renega tudo o que construiu durante a vida. Ele não é mais bom exemplo de nada, mas mau exemplo de tudo. Um pária saído diretamente do ventre das piores ideologias comunistas.
Ao encarar uma entrevista como uma "sessão de tortura" (leia nota abaixo), José Genoíno tenta colocar-se novamente como vítima de aparelhos repressivos da ditadura militar. Acontece que a imprensa e os jornalistas são instituições e profissionais que trabalham sob a égide de um liberto estado democrático de direito, o mesmo que José Genoíno e o PT juraram preservar e sob o qual construíram suas carreiras parlamentar e partidária. Ambos usaram a liberdade para atacar a liberdade.
O que acontece de fato sobre a aparente contradição da posse de Genoíno, condenado e no entanto empossado como deputado:
- O STF já decidiu que nenhum condenado no julgamento do mensalão será preso, terá seus direitos políticos suspensos e os mandatos cassados, enquanto o caso não transitar em julgado, ou seja, enquanto os recursos não forem todos decididos. Os recursos só poderão ser protocolados no próprio STF e todos são de rápida resolução.
Isto significa que legalmente o mensaleiro José Genoíno tem direito completo ao mandato.
Ética e moralmente como fica?
Ora, ética e moralmente fica para José Genoíno o mesmo que fica para os deputados João Paulo Cunha, Valdemar Costa Neto e Pedro Henry, ou seja, não fica.
A sociedade brasileira, inclusive a mídia, não pode esquecer que o caso é de bandidos condenados por crimes cometidos. Como se sabe, criminoso algum acha que cometeu crime, sobretudo quando se trata de delinquentes políticos do calibre dos quatro deputados. Eles são a escória do parlamento brasileiro. E não são os únicos.
A hora da verdade chegará para todos eles, mas para tudo há seu tempo. Numa sociedade civilizada, democrática e respeitadora do estado democrático de direito, a hora da verdade para os criminosos ocorre depois da coisa julgada, porque só o respeito pela norma legal protege todos os cidadãos, sejam eles ricos ou pobres, parlamentares ou simples eleitores.

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