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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

RN: SEIS EM CADA DEZ CRIANÇAS TIVERAM MENOS DE TRÊS REFEIÇÕES POR DIA EM 2022

Dados de atendimento nas unidades básicas revelam a crise. 7 em cada 10 adultos atendidos estão acima do peso no RN. E maioria das crianças comem menos de três refeições por dia.

“Hoje, o sobrepeso é um problema mais frequente do que a subnutrição nas unidades básicas?”. “Sim”, responde a médica especializada em Saúde da Família, Ismênia Barreto. Eu insisto: “10 vezes pior?”. “Acho que é até mais, porque há subnotificação”, revela a profissional que atua no UBS Dr. Chico Porto em Mossoró/RN.

Os dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) do Ministério da Saúde corroboram a experiência diária da médica. Nos atendimentos no Rio Grande do Norte, em unidades básicas durante 2022, 70,34% dos adultos apresentavam sobrepeso, ou os três diferentes graus de obesidade.

Dez anos atrás, esse número era menor. Segundo o portal do SISVAN, em 2013 – 56,69% dos adultos que chegavam para atendimento nas unidades estavam com sobrepeso ou obesidade. Quando focamos na questão da obesidade, em 10 anos saímos de 22% para 34% nesta condição.

Crianças comendo menos

No ano passado, menos da metade (44%) das crianças entre 2 e 4 anos tiveram como hábito ter pelo menos três refeições por dia. Em 2015, este índice era de 86%.

Quando analisamos as crianças de 5 a 9 anos, a situação é mais grave: 36% dizem ter como hábito no mínimo três refeições. Isso significa que quase 7 em cada 10 crianças acompanhadas pelas Unidades Básicas no Estado não fazem três refeições por dia.

Obesidade Infantil

As crianças atendidas em unidades básicas do estado, também apresentam obesidade. Em 2022, para crianças entre 0 e 5 anos, foram registrados 1.738 casos de pessoas com “magreza acentuada” pelo índice de massa corpórea. Ou 1.000 delas com ‘peso muito abaixo’ para a idade. Outras 2.000 tinham peso baixo para a idade.

Mas o problema da obesidade infantil é mais numeroso. Foram 9.127 crianças com peso elevado para a idade. Isso representa 10% do público atendido. Quando analisado o IMC – 7.081 já apresentam obesidade infantil antes dos 5 anos.

Comer menos x obesidade

A nutricionista Wennida Oliveira trabalha na UBS UBS Dr. Ananias Queiroga em Felipe Guerra/RN. Ela relata que os dados do SISVAN servem de alerta e monitoramento para questões nutricionais.

“A obesidade e a desnutrição elas andam juntas. Por que dificilmente você encontra uma pessoa obesa bem nutrida. [] Nutrir não é questão de peso, mas sim os nutrientes que você consome diariamente”, afirma a nutricionista.

Por isso, não é para se estranhar que mesmo quem está tendo menos oferta de comida, esteja ficando obeso. O tipo de alimento que está sendo consumido pode determinar a qualidade de vida, e o peso, destas pessoas na vida adulta.

“Hoje em dia vemos que o consumo de alimentos industrializados, enlatados, o consumo é muito alto. Não é à toa que as criancinhas começam desde cedo com excesso de peso. Estes produtos são ofertados as crianças desde muito cedo”.

Fonte: TCM Notícias

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