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quarta-feira, 11 de março de 2020

O QUE MUDA NO COMBATE AO CORONAVÍRUS COM A DECLARAÇÃO DE PANDEMIA GLOBAL?

Pela 1ª vez, a OMS usou o termo "pandemia" em uma emergência de saúde causada por um coronavírus. O que isso significa?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o a epidemia do novo coronavírus como uma pandemia nesta quarta-feira (11), a primeira vez que a entidade usa esse termo para classificar uma emergência de saúde causada por um coronavírus.
Uma pandemia é uma situação de saúde pública na qual uma doença se propaga pelo mundo de forma rápida e simultânea. Exatamente o que vem acontecendo: enquanto novos casos são confirmados em um país da Europa, tantos outros aparecem nos Estados Unidos. A pandemia mais recente foi em 2009, quando a gripe suína infectou milhões de pessoas.
Mas, afinal, o que a declaração de pandemia muda no combate ao novo coronavírus?
Não muda muita coisa: as recomendações já dadas aos países pela entidade permanecem e não há a expectativa de que novas orientações sejam emitidas. O momento é de agir não apenas na mitigação da doença, o que significa cuidar das pessoas já infectadas, mas também de implementar as estratégias de contenção do novo coronavírus.
“Detectar, testar, tratar, isolar e mobilizar as pessoas” continua sendo a recomendação principal da OMS para todos os países. “A declaração de uma pandemia não é como a de uma emergência internacional – é uma caracterização de uma situação, não é uma mudança”, Michael Ryan, diretor-executivo do programa de emergências da OMS.
A palavra “pandemia” é assustadora e, por essa razão, a OMS vinha relutando em usá-lo pelo temor de causar ainda mais medo na população ou fazer as pessoas acreditarem que “a luta acabou”. No entanto, vale notar que, ao declarar o novo coronavírus como pandemia, a OMS não avalia necessariamente a gravidade da doença em si, mas sim a força e a rapidez com as quais ela está se disseminando.
Para especialistas, o uso do termo “pandemia” serve mais para destacar a importância da cooperação e coordenação de ações entre os países do que uma mudança prática na estratégia do combate. “Precisamos trabalhar como uma frente unida nos esforços para controlar essa situação”, disse Nathalie MacDermott, do Instituto Nacional de Pesquisas para a Saúde do Reino Unido, ao jornal The Guardian.
A doença causada pelo novo coronavírus, identificada como COVID-19, já ultrapassou a marca de 120 mil pessoas infectadas e casos já foram registrados em 118 países do mundo. Para se ter uma ideia do quanto ela se espalhou pelo planeta desde o primeiro caso, registrado em Wuhan (China), a Organização das Nações Unidas (ONU) é composta por 193 países.

Fonte: Gabriela Ruic/Exame
Foto: Borut Zivulovic/Reuters

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