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domingo, 17 de março de 2019

A "ESCOLA" BRASIL QUE MATA. POR CLÁUDIA SANTA ROSA.

Por esses dias escrevi no Twitter que as escolas não são ilhas. Elas influenciam e são influenciadas pelas mazelas da sociedade. Nenhuma novidade para quem me acompanha, porque a mesma coisa venho dizendo há muitos anos.
Se as escolas sozinhas não são salvadoras da Pátria, sem elas teremos sempre uma Pátria cambaleante, injusta, segregadora, subdesenvolvida, distante de ser educadora.
A tragédia ocorrida no último dia 13, na Escola Estadual Professor Raul Brasil, no município de Suzano/SP, chocou o país, de norte a sul, e repercutiu pelo mundo. Quando vidas são ceifadas do modo como vimos, ainda mais tendo por cenário um templo da educação, não tem como não causar comoção mundial, é verdade.
As nossas juventudes precisam de colo e atenção. As escolas que educam mais de 85% dos brasileiros, são frágeis, sofríveis. O país ainda não as priorizou, efetivamente. Sobra discurso e falta determinação para torná-las dignas.
É fato que o Brasil é uma enorme “escola”, há muito tempo “reprovada”, porque acumula dívidas sociais gigantes junto à sua população. Disperso e sem foco, age, amadoristicamente, deixando um rastro de incompetência nos cuidados com as juventudes.
O espelho da grande “escola” que é o Brasil, às vistas de crianças e jovens, reflete imagens contrárias à decência, ética, moral, civilidade, conteúdos severos que minam até mesmo as chances de massificação do êxito, nas aprendizagens do currículo formal. São desvios que, anualmente, condenam milhares de jovens ao fracasso.
A “escola” Brasil, anualmente, desiste dos seus, do mesmo modo que não consegue prevenir essas juventudes dos efeitos perversos do abandono. É a “escola” Brasil que mata.
Educação não deve servir a interesses pessoais, tampouco como moeda de troca de nenhuma espécie.
A classe política, o setor produtivo, as famílias, as igrejas, os sindicatos, os poderes constituídos, a sociedade precisam proteger a escola para que ela sirva às juventudes. Enquanto isso não ocorrer, a tragédia silenciosa segue em escala, as mortes seguem diárias, multiplicadas muitas vezes em relação à ocorrida em Suzano e que entristeceu a todos nós. Não falo no vazio, as estatísticas da violência estão aí para contar o destino que tem sido reservado a expressivo contingente de jovens do Brasil.

Cláudia Santa Rosa é reconhecida educadora potiguar e foi secretária de educação do Estado do Rio Grande do Norte

Um comentário:

COMENTÁRIO SUJEITO A APROVAÇÃO DO MEDIADOR.