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terça-feira, 20 de março de 2018

PROFESSORA DA UFRN DENUNCIA SURRAS E CHOQUES ELÉTRICOS EM ALCAÇUZ.

De acordo com Juliana Melo, torturas ocorrem desde a rebelião de janeiro de 2017.

Professora da UFRN, Juliana Melo denunciou que presos da Penitenciária de Alcaçuz estão sendo torturados, inclusive com choques elétricos, desde a rebelião de janeiro de 2017, quando o Governo do Estado divulgou 26 mortos. “São espancados, eletrocutados, insultados, privados de comida, de água, de exercer sua religião, e suas famílias são maltratadas quando vão visitá-los”.
“Se o preso pedir água, apanha; se pedir para tomar banho, apanha; se pedir um remédio, apanha; se estiver dormindo e não ouvir o agente chamando para ‘procedimento’, apanha de novo. Eles apanham e são insultados o tempo todo”, disse Juliana Melo em depoimento dado à revista Época, e publicado nessa segunda-feira, 19.
Durante o citado “procedimento”, conforme o relato da professora, os detentos sentam no chão, enfileirados, “com as pernas abertas e dobradas, cabeça baixa e as duas mãos na nuca”. Em seguida, “agentes passam dando cacetadas nos dedos das mãos”. Ela ainda denunciou que “presos oferecem as costelas, porque não aguentam mais apanhar nos dedos quebrados”.
Outra situação narrada pela professora é a de que presos são eletrocutados no presídio. “Fazem uma fila, um encostando no outro, sendo que o último segura na porta de ferro. O agente dá um choque em todos de uma vez, atacando o primeiro da fila com uma pistola de descarga elétrica”, declarou.
O PORTAL NO AR está em contato com a Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania (Sejuc), que administra a Penitenciária de Alcaçuz, para saber o que a pasta tem a dizer.
Secretário de Justiça nega tortura em Alcaçuz denunciada por professora.
"Denúncia irresponsável feita por alguém que se chegou a ir ao presídio por três vezes foi muito"
O secretário de Estado da Justiça e Cidadania, Luís Mauro Araújo, desmentiu para o PORTAL NO AR as denúncias que a professora Juliana Melo fez à revista Época de que os presos de Alcaçuz estão sendo torturados desde a rebelião de janeiro de 2017.
“Isso é uma denúncia totalmente irresponsável feita por alguém que diz acompanhar a situação de Alcaçuz há um ano, mas que se chegou a ir ao presídio por três vezes foi muito, e lá fez perguntas direcionadas aos presos que ouviu. Fico muito triste com isso”, declarou.
O secretário rebateu as acusações que a professora relatou à revista, a quem critica por, conforme dito por ele, não ter sido procurado.
“Nem Taser usamos em Alcaçuz, e ela vem dizer que damos choques elétricos nos presos. Temos assistência religiosa todos os dias no presídio, e a dita senhora disse que eles estão privados de exercer religião. Ela falou que houve uma rebelião em fevereiro, mas nem bate-boca costuma existir, e um agente não entra sozinho em uma cela”, explicou.
Sobre espancamento durante o ‘procedimento’, Araújo negou o uso de força, e indagou: “onde que pôr as mãos na cabeça vai humilhar alguém?”. Quanto a separar as facções criminosas rivais que, atualmente, convivem juntas no presídio, o secretário declarou: “Não reconheço esses grupos e não vou dar espaço para eles. Quem manda é o Estado”.

Fonte: Redação/Portal No Ar e Ayrton Freire/Portal No Ar

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