O Ministério Público Eleitoral de Mossoró ingressou com seis representações contra a candidata – e prefeita eleita – Cláudia Regina, em Mossoró, por compra de votos e abuso de poder político na disputa eleitoral em Mossoró. Contudo, esses não devem ser os únicos processos movidos pela dupla Karine Crispim e Ana Ximenes contra a candidata do DEM.
“Temos assunto para mais cinco denúncias, mas ainda estamos estudando. Acredito que dessas cinco, três ou quatro vão render representações”, afirmou Karine Crispim, em contato com O Jornal de Hoje pela manhã, sem antecipar quais os motivos das denúncias. De qualquer forma, Karine Crispim afirma que ainda está sendo esperado abaixo assinado feito por eleitores que denuncia compra de voto em Mossoró. “Isso seria mais algo importante, a denúncia de várias pessoas”.
Nas representações que já foram dadas entradas e que agora se espera o julgamento, o MPE afirma que o secretário municipal de Meio Ambiente, Alexandre Lopes, e o irmão da prefeita Fafá Rosado, o secretário-chefe do Gabinete Civil, Gustavo Rosado, teriam agido de forma irregular e decisiva na campanha eleitoral. Os dois teriam promovido reuniões e deslocado servidores municipais em horário de expediente para trabalhar e pedir votos para Cláudia Regina. Em um desses encontros, o que estava Gustavo Rosado, outros secretários estariam participando e tudo foi registrado por fiscais da Justiça Eleitoral.
Na denúncia de abuso de poder referente ao Governo do Estado, a participação seria da própria governadora Rosalba Ciarlini. Ela teria nomeado Rafaella Nogueira, a filha do vereador Chico da Prefeitura, do DEM, para um cargo comissionado no Detran para garantir o apoio do parlamentar a candidatura de Cláudia Regina. Por querer ser o candidato a prefeito do DEM, Chico estaria no início da campanha cogitando apoiar Larissa Rosado, do PSB, principal adversária da democrata.
“É importante lembrar que só um processo desses já seria suficiente para justificar a cassação de Cláudia Regina. Contudo, o volume de denúncias foi muito alto. Estamos entrando com muitas representações porque, realmente, são muitos os motivos e as provas suficientes para justificá-las”, afirmou Karine Crispim.
Em entrevista ao JH, Ana Ximenes já havia afirmado que a simples aceitação do pedido da denúncia já é uma demonstração que há sim provas concretas para um futuro deferimento. “Só se pode entrar com representações por compra de votos ou abuso de poder quando há provas robustas”, explicou.
Além da cassação de Cláudia Regina e de Wellington Filho e de pedido de multa para os secretários municipais citados e a governadora Rosalba Ciarlini, o MPE pediu também a realização de uma nova eleição em Mossoró. “A diferença de cerca de 5 mil votos num universo de 164 mil eleitores é irrisória”, classificou Ana Ximenes.
Além disso, conforme explicou a promotora, o pedido de nova eleição se justifica devido ao fato das denúncias serem de “compra de voto” e pelo chamado “uso da máquina”. “Esses dois assuntos não exigem que necessariamente tenham sido suficientes para determinar a eleição. Basta um caso de compra de voto, por exemplo, para que o candidato possa e deva ser condenado por compra de voto”, explicou a promotora.
Fonte: Ciro Marques/Jornal de Hoje RN
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