Vice-presidente da República se divide entre manter boa relação com o governo Dilma e atender exigências do seu partido.
Ao misturar a função de vice-presidente da República e principal interlocutor do PMDB dentro do governo, Michel Temer passa por desgastes e até brigas frequentes. Contudo, a função também lhe permite cada vez mais aumentar seu poder de liderança sobre a legenda.
“Temer é uma unanimidade incontestável”, diz Eliseu Padilha (RS), ex-ministro e atual presidente da Fundação Ulysses Guimarães. “Mas o pessoal joga muita pressão no Temer. O PMDB tem um varejo (de pedidos) muito grande”, afirma a deputada Rose de Freitas (ES), primeira vice-presidente da Câmara.
No governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), Temer também exerceu forte liderança. Foi eleito presidente da Câmara com o apoio do presidente tucano duas vezes. Na época, o então senador Antônio Carlos Magalhães (DEM-BA) denominou-o “mordomo de filme terror”.
Com o PSDB na Presidência, PMDB e PFL (atual DEM) mediam forças no Congresso para conseguir espaços de poder no governo. Se ACM quase sempre batia de frente com todos, Temer agia nos bastidores, de forma discreta. Isso irritava o cacique baiano.
No governo Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), Temer teve duas fases. No primeiro mandato, integrou o grupo oposicionista do PMDB e teve pouco espaço. A partir de 2007, costurou um acordo com o PT para comandar a Câmara entre 2009 e 2010.
A oportunidade credenciou-o dentro e fora do PMDB para que fosse confirmado o candidato a vice na chapa de Dilma Rousseff (PT) em 2010. Durante a campanha, não fez questão de integrar a equipe de coordenação de imediato, mas aos poucos foi ganhando espaço.
Confirmada a vitória nas urnas, Temer virou imediatamente principal ouvinte de pedidos de cargos no PMDB. Ainda em janeiro, teve de administrar a briga do partido por cargos em segundo escalão. E convence os colegas a aceitar perdas, como a presidência de Furnas.
Fonte: Último Segundo
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