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sábado, 30 de março de 2024

EM CINCO ANOS, ASSOCIAÇÃO RECEBE 40 DEWNÚNCIAS DE VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NO RIO

Projeto encaminha denúncias de negligência médica e abandono, entre outras para Defensoria Pública do estado.

Em pouco mais de cinco anos, mais de 40 denúncias de violência obstétrica foram recebidas pela Associação das Doulas do Rio de Janeiro. Quatro delas, de fora do estado. São queixas de negligência médica, abandono, falta de opção por uma cesariana ou parto normal, proibição do acompanhante participar do momento do parto, recusa de aplicação de analgesia para dor, abusos verbais e até xingamentos, entre outros.

“Muitas vezes as mulheres nem sabem que foram vítimas de violência obstétrica, por isso a importância de falar sobre o tema. Não basta ficar satisfeita apenas com a sobrevivência de mãe e bebê no parto. A gente precisa de atendimento digno, humanizado, atendimento respaldado em evidências científicas, atendimento que respeite a autonomia, o corpo das mulheres, seus processos reprodutivos. A violência obstétrica é quando tudo isso que eu falei não acontece”, explica a presidente da associação, Gabriella Santoro.

Ainda de acordo com a presidente da associação, mulheres negras são as maiores vítimas de violência obstétrica. “É como se fosse uma fusão da violência institucional com a violência de gênero. E se você acrescentar nessa equação também o quesito raça e cor, você vai ter também o racismo obstétrico, que já vem sendo pauta de diversas pesquisas, de diversas teses acadêmicas. Uma pesquisa da Fiocruz, por exemplo, já publicou dados preliminares no final do ano passado, que apontam que mulheres pretas recebem menos boas práticas na atenção ao parto e ao trabalho de parto, e que isso impacta negativamente na vida delas, isso causa piores desfechos para elas e seus bebês”, disse Santoro.

Para ajudar a reverter essa situação, está no ar um site na internet que oferece às mamães acesso à informação sobre gestação, parto e puerpério, atentando contra a violência obstétrica para mulheres e profissionais de saúde. Também há um canal para que as mulheres que sentirem que tiveram os direitos desrespeitados podem fazer denúncias. Os relatos são encaminhadas para o Núcleo de Defesa dos Direitos da Mulher Vítima de Violência de Gênero (Nudem), da Defensoria Pública do Rio. A partir daí, acontece uma avaliação se é possível dar continuidade em um processo judicial para reparação de danos físicos, morais, emocionais ou psicológicos.

No último dia 22, uma mulher deu a luz a uma criança na recepção da Maternidade Santa Cruz da Serra, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Com dores de parto, ela foi à unidade de saúde para ter o quarto filho. Segundo a família, uma das médicas que atendia no local mandou a gestante ir embora, por acreditar que se tratavam de contrações de treinamento. A profissional foi demitida, segundo a prefeitura.

Fonte: Isabelle Saleme/CNN Brasil
Foto: Banco de imagens/Pexels/Daniel Reche

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