Durante participação na conferência Lide, em Nova York, Campos Neto também reiterou a importância do equilíbrio fiscal para a inclusão social, em fala feita em um momento em que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva tem sido criticado por minimizar a importância do equilíbrio das contas públicas.
“Apesar de grande parte da melhora da inflação recente ser devido a medidas do governo, existem indicadores incipientes que mostram uma melhora qualitativa. É cedo para comemorar, nós precisamos persistir no combate à inflação, precisamos persistir em atingir as nossas metas porque essa é a melhor forma de contribuir com o crescimento sustentável”, disse Campos Neto.
O presidente do BC afirmou, ainda, que o país precisa mostrar a quem investe no Brasil que o país tem disciplina fiscal, e que o controle das contas públicas também é importante para a inclusão social.
“O fiscal tem uma relação direta com a credibilidade do país, e existe um ponto de inflexão em que tentar mais em prol dos mais necessitados pode gerar resultados contrários ao desejado, colocando em risco a estabilidade financeira e a geração de empregos”, disse Campos Neto.
“Entendemos que só um plano coeso, com coerência fiscal e continuidades das reformas, vai assegurar uma trajetória de crescimento sustentável com inflação baixa e juros baixos”, acrescentou.
O mercado teve forte reação negativa na última quinta-feira após o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva fazer críticas à austeridade fiscal e à regra do teto de gastos, com o dólar disparando mais de 4% no fechamento do dia, enquanto o Ibovespa caiu 3,61%.
No fim da semana, Campos Neto já havia feito um discurso com aparentes recados a Lula, afirmando que promover gastos sociais sem mirar o equilíbrio fiscal acaba trazendo prejuízos aos mais pobres.
Nesta terça, o presidente do BC também voltou a afirmar que o país deve evitar um aumento “desequilibrado” de imposto. “Sobrecarregar demais impostos em capital contribui para uma diminuição da produtividade, aliás esse é um problema que vemos globalmente”, afirmou.
Fonte: Isabel Versiani/Reuters
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