Percentual anunciado por presidente pressionará em R$ 30,5 bilhões contas dos municípios.
A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) decidiu recomendar aos prefeitos de todo o país que ignorem o índice de reajuste do piso nacional do magistério anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro, de 33,24%, e corrigir o valor pela inflação. O Índice Nacional de Preços (INPC) acumulou 10,16% em 2021.Ao Globo, o presidente da entidade, Paulo Ziulkoski, disse que se trata de uma recomendação para as cidades que não têm como arcar com a correção definida pelo governo federal, até que a CNM decida o que fará juridicamente em relação ao reajuste. O impacto nas contas dos municípios, segundo ele, será de 30,46 bilhões.
— É muito fácil fazer bondade com o chapéu alheio. Não tem um centavo do governo federal no piso. E não digo só o Bolsonaro, todos os governos fizeram isso. Vamos orientar as prefeituras a garantir o reajuste pela inflação a partir do mês que vem e estudaremos, a aprtir de agora, o que cabe juridicamente — disse Ziulkoski.
Ele afirmou que a postura do governo federal e dos governadores, que são contrários ao reajuste anunciado mas estão "quietos, sem aparecer", tem relação com as eleições deste ano.
— É triste perceber que ninguém está pensando na educação do país, mas sim nas eleições. Os governadores estão quietos atrás de votos — diz ele.
Um dos argumentos da CNM para orientar os prefeitos a não cumprirem o reajuste definido pelo governo federal é que, se isso for feito, as contas dos gestores não serão aprovadas pelos órgãos de controle. A lei de responsabilidade fiscal, defende Ziulkoski, terá de ser infringida.
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Fonte: Agência O Globo/FolhaPE
Foto: Agência Educa Mais Brasil
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