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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

TURISMO DA VACINA: CUBA QUER UNIR PRAIA COM IMUNIZAÇÃO CONTRA CORONAVÍRUS

O governo de Cuba planeja oferecer vacinas contra a Covid-19 a turistas que visitarem o país. O plano foi anunciado por Vicente Verez, diretor-geral do Instituto Filay de Vacinas, instituição responsável pelo desenvolvimento dos principais imunizantes candidatos do país, durante uma conferência virtual no fim de janeiro, e ganhou repercussão a partir da divulgação de uma campanha na emissora venezuelana Telesur. A ilha caribenha pretende vacinar toda sua população ainda em 2021.

Até o momento, a vacina Soberana 2 é a mais avançada entre os ensaios conduzidos em Cuba. Ela é desenvolvida pelo Instituto Filay junto de outra fórmula, a Soberana 1, também em testes. Ambas se encontram na fase 2. No início da semana, o governo cubano anunciou o início da fase clinica de outro imunizante, Abdala, que se junta a outro fármaco contra a Covid-19 ainda em fase 1 de testagem: a Mambisa, aplicada através de um spray nasal.

No vídeo divulgado pela Telesur, a campanha faz alusão sugestiva ao turismo das vacinas. "Praias, Caribe, mojitos e vacina, tudo no mesmo lugar. O que acha dessa oferta? Viajaria a Cuba para se vacinar?", questiona o vídeo.

Segundo Verez, a produção da Soberana 2 deverá ser priorizada. Uma vez iniciada a imunização da população, os turistas que visitam a ilha caribenha poderão se vacinar. Cuba espera que a vacina seja liberada para o uso em massa em março.

Ainda segundo a campanha cubana, a Soberana 2 foi oferecida a outros países, como Vietnã, Irã, Venezuela e Índia.

— Planejamos produzir até 100 milhões de doses da Soberana 2 (em 2021). Essa é a vacina mais avançada neste momento — disse Verez em uma conferência virtual na sede da Organização Panamericana de Saúde (Opas), em Havana, no último dia 29. — Este anos teremos toda a população cubana vacinada. Os turistas terão a opção, se quiserem, de vacinar-se em Cuba também.

Testes PCR e quarentena

Até o momento, segundo levantamento da Universidade Johns Hopkins (EUA), o país de 11,2 milhões de habitantes registrou 29.529 infecções pelo novo coronavírus e 220 mortes. O país conseguiu manejar a curva epidemiológica da Covid-19 durante boa parte da pandemia através de políticas de isolamento social e rastreamento de contatos, mas recentemente observou repiques de contágio que levaram o governo cubano a exigir testes RT-PCR negativos para turistas.

O apelo ao turismo da vacina contrasta com a disputa entre doses de vacina protagonizadas por grandes países e blocos econômicos. Um planejamento estrategico para a imunização de turistas ainda não foi anunciado, mas o procedimento deverá exigir uma agenda flexível. Além da necessidade de se quarentenar por até uma semana ao chegar na ilha, as vacinas Soberanas são testadas em regimes de dois a três doses, que exigem um intervalo de tempo entre as inoculações.

Fonte: Extra

Foto: Yamil Lage/STF


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