O anúncio ocorre no primeiro dia útil após o presidente Jair Bolsonaro ter dito que vai propor mudanças na forma como o ICMS é calculado no combustível. Em meio à pressão de caminhoneiros, Bolsonaro afirmou na sexta-feira passada que vai reduzir a alíquota de impostos federais sobre o combustível, mas sem especificar em quanto.
O presidente prometeu enviar um projeto de lei para mudar o ICMS sobre combustíveis, o que foi criticado por especialistas por desviar o problema para os governadores, já que este é um tributo estadual.
Nesta segunda-feira, o preço do petróleo no mercado internacional alcançou os US$ 60 por barril, no maior patamar em um ano.
Para a Abicom, associação que reúne as empresas importadoras, o reajuste, embora ocorra em todo o país, ainda mantém as defasagens elevadas, prejudicando, segundo eles, a concorrência com as empresas privadas.
Na sexta-feira, a estatal deu, pela primeira vez, detalhes da sua política de preços, após a agência Reuters revelar as mudanças. A estatal informou que ainda no passado a empresa tinha decidido passar de trimestral para um período de 12 meses o período para alinhar o valor da gasolina e do diesel vendido no Brasil com os do exterior.
Porém, essa mudança não foi pública na época. Ou seja, o mercado não tinha informações sobre essa prática interna da companhia. No último domingo, a estatal disse que essa a periodicidade de alinhamento anual foi confirmada em janeiro deste ano.
No domingo, a empresa informou que, apesar de "ser praticamente a única produtora de combustíveis de petróleo no país, com 98% da capacidade de refino, enfrenta competição de importadores que têm participado com 20 a 30% do mercado doméstico, dependendo do produto".
Gás de botijão
Além do aumento da gasolina e do diesel, a estatal reajustou em 5% o preço médio de venda de GLP (gás de botijão) para as distribuidoras, que passará a ser de R$ 2,91 por kg (equivalente a R$ 37,79 por 13kg). É um aumento médio de R$ 0,14 por kg (equivalente a R$ 1,81 por 13kg).
Ao informar os preços maiores, a Petrobras explicou novamente que tem como referência os preços de paridade de importação e, dessa maneira, acompanham as variações do valor dos produtos no mercado internacional e da taxa de câmbio, para cima e para baixo.
A estatal disse ainda que os valores praticados nas refinarias pela Petrobras são diferentes dos percebidos pelo consumidor final no varejo. Até chegar ao consumidor, são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de biocombustíveis pelas distribuidoras, no caso da gasolina e do diesel, além dos custos e margens das companhias distribuidoras e dos revendedores de combustíveis.
Fonte: Extra
Foto: Pablo Jacob
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