RNPOLITICAEMDIA2012.BLOGSPOT.COM

terça-feira, 29 de setembro de 2020

VOLTA AS AULAS APRESSADA É ANTESALA DO NOVO DESASTRE

Embora Doria tenha se diferenciado positivamente do governo federal ao não minimizar a gravidade da Covid-19 no início da pandemia, agora o governador recua no que diz respeito à volta às aulas. Pressionado por grandes corporações do setor, o governo estadual insiste em acelerar o retorno de alunos e professores às escolas mesmo sabendo que o estado não possui uma curva descendente da doença e já soma quase um milhão de casos comprovados. Só na cidade de São Paulo, já foram contabilizadas cerca de 34 mil mortes em decorrência da doença, o que faz da capital a segunda cidade do mundo em número de vítimas fatais.

Contrariando tal realidade, Doria e seu secretário de Educação, Rossielli Soares, reiteraram em entrevista coletiva na última sexta, 18 de setembro, a liberação da volta às aulas. O retorno às atividades teria início nas redes privada e municipais em todos os níveis de ensino a partir do dia 7 de outubro, mediante autorização das respectivas prefeituras, e a partir de 3 de novembro no ensino fundamental estadual, que compreende cerca de 500 escolas.

Ainda que o plano estadual indique a adoção de restrições, como a redução do número de alunos por sala, intervalos de aulas não coincidentes, exigência de equipamentos de proteção e álcool, e merenda não manipulada nas escolas, o governo não se responsabiliza por sua implementação, que ficará a cargo de cada prefeitura. Isso representa um risco sério à saúde da população, dado que atualmente boa parte das escolas da rede pública não possui condições de garantir o cumprimento das medidas, inclusive na capital, como aponta Guilherme Boulos, candidato à prefeitura pelo PSOL.

De acordo com Boulos, as escolas da rede pública, especialmente aquelas que estão localizadas em territórios periféricos e/ou empobrecidos, já sofrem com uma infraestrutura material precária, e não possuem nem mesmo equipamentos e materiais de higiene básicos. Os próprios edifícios de várias unidades, cuja arquitetura se assemelha mais a de presídios do que locais de aprendizado, possuem poucos espaços abertos e salas com ventilação adequada. Para piorar tal situação, com os cortes orçamentários que estão previstos, não seria possível garantir os recursos necessários para cumprir de forma mínima as medidas sanitárias que deveriam ser implementadas.

Fonte: Isa Penna/Carta Capital

Foto: Matheus Pereira/Gov BA



Nenhum comentário:

Postar um comentário

COMENTÁRIO SUJEITO A APROVAÇÃO DO MEDIADOR.