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sábado, 22 de setembro de 2018

CAMPANHA DE BOLSONARO LANÇA DÚVIDAS SOBRE A LISURA DO PROCESSO ELEITORAL.

Declarações do candidato do PSL e Mourão sobre fraude nas urnas, autogolpe e nova Constituição provocam medo de virada de mesa e tumultuam ambiente eleitoral.

No último domingo, em um leito do hospital Albert Einstein, em São Paulo, o candidato Jair Bolsonaro falou para 250 mil espectadores em uma transmissão ao vivo no Facebook. Na rede social, ponto forte da interlocução com seus eleitores, o capitão da reserva tem 6,3 milhões de seguidores. Com uma sonda no nariz, de camisola azul e aparentando cansaço, chorou, recitou um versículo da Bíblia e agradeceu, com voz trêmula, as manifestações de apoio à recuperação após a facada que levou em Juiz de Fora, Minas Gerais.
Ao falar da criação do PT, em 1980, durante a abertura política do regime instaurado pelo golpe de 1964, citou “um período que nos diziam que era ditadura militar”. Em seguida questionou se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando foi para a prisão em Curitiba, não teria motivações escusas. “Você aceitaria passivamente, bovinamente, ir para a cadeia? Você não tentaria uma fuga?” Segundo Bolsonaro, Lula não fugiu porque tem um plano B, que é fraudar as eleições.
“O PT descobriu o caminho para o poder, o voto eletrônico”, afirmou o candidato que lidera as pesquisas de intenção de voto. Para ele, a possibilidade de fraude nas urnas é real. “Na maioria dos seções (eleitorais) do Brasil, quem aparelhou o Tribunal Superior Eleitoral?”, questionou Bolsonaro, em meio a um acesso de tosse. Disse ainda: “Há um programa instalado nas urnas que poderia inserir, via fraude, uma média de 40 votos para o PT”. Não especificou que programa seria esse. Para ele, o voto impresso, dispensado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), seria a única forma de garantir a lisura do processo eleitoral.
As declarações do candidato do PSL assustaram. Elas despertaram a suspeita de que Bolsonaro considerará ilegítima uma vitória do candidato do PT, Fernando Haddad, numa disputa de segundo turno altamente polarizada entre os dois — a esta altura, a hipótese mais provável de acordo com as últimas pesquisas. As declarações podem ter sido apenas uma tentativa de instigar o medo nos eleitores que não querem a volta do PT e de acelerar um “voto útil”, para tentar liquidar a eleição no primeiro turno. Mas elas se somam a outras, dos cabeças de chapa da campanha do capitão, que apontam para um flerte com o autoritarismo.

Fonte: Natália Portinari/Época
Foto: Paulo Whitaker/Reuters

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