A noite de hoje ficará marcada na memória dos alexandrienses, com a "sombra" de uma das maiores manifestações contra um determinado candidato a cargo eletivo, já ocorrida na cidade potiguar.
Um grupo de professores, profissionais liberais, funcionários públicos, integrantes de grupos LGTB e público em geral, protestaram em pacífica caminhada, contra a candidatura de Jair Messias Bolsonaro.
O protesto teve início pontualmente às 19h e as pessoas sentiram-se contagiadas. Um único registro de violência e/ou desentendimento não foi detectado. A paz e o direito de protestar falaram mais alto.
O protesto reuniu pessoas, em especial mulheres de diferentes idades, níveis de escolaridade e/ou classes sociais, em busca de uma mesma ideia, que é o respeito ao sexo feminino, respeito a raça ou crença, respeito aqueles que apoiam ou difundem outras formas de viver, desde que mantenham a dignidade como parâmetro de convivência social.
“Esse ato não tem ideologia qualquer. Nossa ideologia é por direito, por respeito. Cor partidária aqui não tem vez. É um clamor de todos, com o único e exclusivo objetivo de mostrar que nós mulheres alexandrienses, não apoiamos fascistas, nem pessoas que teimam em manter a arrogância e o autoritarismo como lei. A proposta é pacífica e não vamos parar de lutar por nossos direitos. Não vamos aceitar atitudes de cunho autoritário. Vivemos no Brasil, um país democrático. Aqui não é a Venezuela. Queremos e vamos levantar a bandeira igualitária no momento que for preciso. Não ao machismo ou a pressão", explicou uma das organizadoras.
Com faixas, bandeiras e alguns rostos pintados o movimento recebeu adesão de centenas de mulheres, em sua maioria, contudo, homens também participaram do protesto.
"O que se viu aqui em Alexandria no dia de hoje, onde centenas de pessoas, entoando cantos e frases defenderam os direitos de todos, tendo sempre como refrão "ELENÃO" ou "ELENUNCA", servirá de marco para que observem e sintam, que o nosso Brasil é de todos. Que autoritarismo está, faz tempo, fora de moda. E que nosso país não aceitará radicalismos. Alexandria em especial, não aceitará que regras sejam impostas, contra a opinião e o direito de uma coletividade. Queremos um Brasil igual, sem distinção e sem privilégios. E nossa luta, que fique bem claro, não acaba aqui, nem acabará com as eleições da semana que vem. Estaremos sempre vigilantes e prontas para reivindicar o que entendermos justo", disse uma senhora que participava do evento.
O evento teve início na estação, e percorreu as principais ruas da cidade, onde após uma volta por toda a praça principal, concentraram-se ao final, no largo da igreja matriz, onde ocorreram pronunciamentos diversos sobre o objetivo da carreata, tanto dos organizadores, como do público que verdadeiramente lotou as calçadas e o passeio da referida praça.
"Nossa Alexandria mostrou aos seus munícipes, que não aceita um opressor como seu dirigente maior. Vários alexandrienses dignos e honrados, saíram as ruas para dizer "ELENÃO". Para dizer NÃO aquele que não é favorável as mulheres, aquele que é extremamente homofóbico, para aquele que é contra cotas, para aquele que acha que o seu direito deve ser extinto. Alexandria disse ELENÃO e eu sou extremamente orgulhoso de ser alexandriense", disse o professor Tiago Abrantes, que acrescentou que como educador, não aceita o retrocesso que Jair Bolsonaro prega.
A comunidade virtual "Mulheres contra Bolsonaro" surgiu no Facebook e em poucos dias ganhou manchete internacional. O ato se fortaleceu tanto nas redes sociais que se tornou realidade em Alexandria e muitos outros municípios de pequeno porte, nos quatro cantos do Brasil.
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