Mesmo com uma arrecadação modesta em comparação a outros presidenciáveis, Jair Bolsonaro (PSL) destinou cerca de um terço das despesas declaradas até o momento ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para doações a outros candidatos. Foram R$ 345 mil repassados a correligionários. Os principais beneficiários são seus dois filhos candidatos: Flávio Bolsonaro (PSL), concorrente ao Senado pelo Rio de Janeiro, e Eduardo Bolsonaro (PSL), que tenta a reeleição como deputado federal por São Paulo. Juntos, eles receberam R$ 300 mil. O montante é superior ao que Bolsonaro gastou até agora com "produção de programas de rádio, televisão ou vídeo", segundo categorização da Justiça eleitoral.
De acordo com o último relatório financeiro enviado ao TSE, na segunda-feira (24), ele havia gasto R$ 240 mil para contratar a produtora Mosqueteiro Filmes. O tempo de propaganda na TV e no rádio do candidato é de apenas oito segundos. Até o momento, Bolsonaro arrecadou pouco mais de R$ 998 mil, dos quais R$ 542 mil foram doados por meio de vaquinha virtual. Ele também recebeu aproximadamente R$ 117 mil em doações em nome de pessoa física (como empresários, apoiadores e o irmão, Renato Bolsonaro). O presidenciável não faz uso do fundo eleitoral do PSL. Já o total de despesas contratadas pela campanha é estimado, até o momento, em pouco mais de R$ 1 milhão. Do montante, já foram efetivamente pagos R$ 468.819,00, segundo informa o Tribunal Superior Eleitoral.
No topo do ranking de gastos de Bolsonaro, está a categoria "serviços prestados por terceiros", que soma R$ 347.500. A maior parte desse valor se refere à contratação da agência de viagens PontesTur (R$ 250 mil). O UOL tentou entrar em contato com o presidente em exercício do PSL, Gustavo Bebianno, que chefia a coordenação de campanha de Bolsonaro. No entanto, ele não atendeu o telefone. A reportagem também tentou contato, por telefone e mensagem, com a assessoria de comunicação da campanha, mas não houve resposta.
Além dos filhos, o pleiteante a deputado federal pelo PSL Hélio Fernando Barbosa Lopes, que se lançou com a alcunha "Hélio Bolsonaro", recebeu doação do padrinho político. O presidenciável repassou R$ 45 mil à campanha do candidato ao Parlamento. A participação de Lopes, negro e militar tal como Bolsonaro, nas atividades de campanha ganhou destaque no fim de agosto, a dias da sessão no STF (Supremo Tribunal Federal) que decidiria se o presidenciável responderia ou não a ação penal por racismo. Na ocasião, o julgamento foi interrompido e adiado para 11 de setembro, quando a Primeira Turma da Corte decidiu pela rejeição da denúncia.
Fonte: Hanrrikson de Andrade/UOL
Fotos: Alex Pelicer/Agência FB/Estadão Conteúdo e Reprodução Facebook
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