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terça-feira, 28 de julho de 2015

LAVA JATO: A INVESTIGAÇÃO CHEGA À ELETRONUCLEAR.

Othon Luiz Pinheiro da Silva, presidente licenciado da estatal, foi preso sob acusação de receber ao menos R$ 4,5 milhões em propina.

A 16ª fase da Operação Lava Jato, realizada nesta terça-feira 28 pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal, chegou à Eletronuclear, estatal subsidiária da Eletrobras responsável por lidar com a energia nuclear e as usinas brasileiras em Angra dos Reis (RJ).
O principal alvo da operação, nomeada Radioatividade, foi o vice-almirante da Marinha Othon Luiz Pinheiro da Silva, presidente licenciado da Eletronuclear, preso em casa pela manhã. Além dele, mais duas pessoas foram presas temporariamente, entre elas Flávio David Barra, executivo da Andrade Gutierrez.
Silva se afastou do cargo em 29 de abril, após ser citado na Lava Jato por possíveis irregularidades em contratos para a construção da usina nuclear Angra 3. Desde então, o diretor de operação da empresa, Pedro Figueiredo, assumiu interinamente a presidência.
De acordo com a PF e o MPF, a investigação apura irregularidades em contratos firmados entre várias das empresas citadas na Lava Jato com a Eletronuclear. Silva é acusado de ter recebido R$ 4,5 milhões em propina apenas em contratos firmados entre a estatal e as empreiteiras Engevix e Andrade Gutierrez entre 2009 e 2014.
Além disso, Silva participaria de um esquema que funcionava de forma similar ao que atingiu a Petrobras, por meio de licitações combinadas. A investigação se baseou na delação premiada de Dalton Avancini, ex-presidente da Camargo Corrêa e um dos primeiros empreiteiros condenados na Lava Jato, e teria sido confirmada pelo MPF e pela PF.
Segundos os procuradores, na fase de pré-concorrência da construção de Angra 3, houve uma combinação para que apenas dois consórcios disputassem os dois blocos de obras, fazendo com que cada um necessariamente ficasse com um dos blocos. Esses consórcios eram o UNA 3 (formado por Odebrecht, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e UTC) e o Angra 3 (composto por Queiroz Galvão, Techint e pela EBE, do grupo MPE). Todas as empresas são investigadas pela Lava Jato.
Os dois grupos de fato venceram as concorrências e posteriormente se formaram em um único consórcio, o Angramon. Avancini delatou uma reunião entre as empreiteiras na qual foi discutido o pagamento de propina ao presidente licenciado da Eletrobras.
Segundo o procurador Athayde Ribeiro Costa, que integra a força-tarefa da Lava Jato, o repasse de recursos a Othon Luiz Pinheiro da Silva ocorreu até dezembro do ano passado, nove meses depois de deflagrada a Lava Jato e após a prisão de vários empreiteiros. “A corrupção no Brasil é endêmica e está espalhada por vários órgãos, em metástase”, afirmou o procurador, comparando a corrupção ao momento em que o câncer se espalha por vários órgãos do corpo.

Fonte: http://www.cartacapital.com.br/ , com informações da Agência Brasil

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