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segunda-feira, 13 de maio de 2013

SEM REPASSE DA PREFEITURA MUNICIPAL DE MOSSORÓ, FUNDAÇÃO VINGT-UN ROSADO PODERÁ FALIR.


A mantenedora da maior editora do Brasil em número de títulos publicados corre o risco de fechar as portas. A Fundação Vingt-un Rosado, que no último dia 6 de abril completou 18 anos de existência, e é responsável pela manutenção da Coleção Mossoroense, que já publicou mais de 4,5 mil livros, lançou mais de dois mil autores, entre eles nomes consagrados como Dorian Jorge Freire e Raimundo Soares de Brito, enfrenta o pior período de sua história.
Entidade sem fins lucrativos, a instituição que leva o nome de um dos maiores pesquisadores do Rio Grande do Norte, ainda não teve o convênio renovado com a Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM), o que tem impossibilitado a continuidade do seu funcionamento.
Segundo o diretor da Fundação Vingt-un Rosado, a única forma de custeio da entidade, que hoje abriga mais de 150 mil livros, e está instalada na avenida Jorge Coelho de Andrade, bairro Costa e Silva, era através do repasse feito pelo Poder Executivo municipal, o que não vem ocorrendo de forma regular desde o mês de outubro do ano passado.
"Para custeio, nós contávamos só com esse apoio da Prefeitura. Os outros convênios que fazemos são específicos, como, por exemplo, o Rota Batida, projeto desenvolvido a partir da Lei Câmara Cascudo, em que nós vamos buscar a renúncia fiscal de algumas empresas, como a Petrobras, que tem nos ajudado nesse sentido. Estamos desde outubro sem receber nenhuma parcela, a não ser uma que foi paga pela atual administração, referente ao convênio do ano passado. O convênio é anual, gira em torno de R$ 190, R$ 200 mil", diz Dix-sept Rosado Sobrinho.
"Nós temos um acervo de mais de 150 mil livros, casa alugada, telefone, água, luz, pessoal, tudo isso vem sofrendo reajuste. Foi feita uma proposta, e nós estamos negociando, mas a prefeita já nos sinalizou que há dificuldades grandes no sentido de convênios na Prefeitura, e é possível que não tenhamos melhoras nos valores propostos. Estamos abertos ao diálogo, tentando uma nova audiência com a prefeita, mas não conseguimos ainda", dizDix-sept Sobrinho.
O diretor conta que foi proposto pelo Executivo uma redução de 50,5% no valor do convênio, o que tornaria ainda mais complicada a situação atual da Fundação, que funciona em uma casa alugada e possui cinco funcionários. "Será muito difícil a gente sobreviver com uma não assinatura de convênio, e nessas condições de valores reduzidos, também se torna muito difícil. A gente sobrevive como um nordestino na seca, mas fica impossível publicar alguma coisa nova, como temos feito sempre",diz.
Para evitar que a Fundação encerre suas atividades, o diretor revela que está mantendo a entidade com recursos próprios. "Tenho mantido a Fundação no que posso, mas eu não posso mais comprometer o meu patrimônio, que não é grande, nem o patrimônio dos meus filhos. A Fundação não é uma coisa minha, ela é visitada, consultada não só em Mossoró, mas por pesquisadores do Brasil inteiro. Nós fazemos doações de livros a bibliotecas, instituição de Mossoró, Nordeste, Brasil e até do exterior. Esse valor de R$ 200 mil referente ao convênio pode parecer muito alto, mas se comparado a outros custos, gastos é um valor muito menor, levando em consideração também a importância da Fundação. Às vezes se gasta em uma noite o que a gente está pleiteando para o ano todo", desabafa.
Além da PMM, a Fundação também tenta firmar parceria com o Governo do Estado. Conforme Dix-sept Rosado, um ofício foi encaminhado ao Executivo estadual, relatando as difilcudades pelas quais a entidade vem passando. "Eu faço um apelo à sensibilidade dos mossoroenses, dos poderes constituídos. Adversidades nós nunca deixamos de ter. Tem sido sempre difícil, mesmo com Vingt-un era difícil. Eu estou meio cansado, é complicado manter um negócio desses sem luz no fim do túnel, muitas vezes até sem túnel, mas é preciso caminhar. Em 18 anos de Fundação, a gente nunca passou um período tão difícil", desabafa.
Para Caio César Muniz, editor da Coleção Mossoroense, é lamentável que a situação tenha chegado a esse ponto. "Mossoró é sim uma cidade cultural, mas são seus próprios artistas que a fazem assim. As coisas aqui acontecem de baixo para cima, os 'fazedores de cultura' fazem a cultura acontecer, mas acho inadmissível virar as costas para uma história que tem mais de meio século de existência, que até hoje só fez o bem para a cidade, que deveria ser um orgulho para todos", conclui.
A equipe de reportagem do jornal O Mossoroense entrou em contato com o secretário municipal da Cultura, Gustavo Rosado, que informou ser de interesse da Prefeitura a renovação do convênio com a Fundação Vingt-un Rosado, desde que nos moldes propostos pelo Executivo.
“A prefeita já explicou as dificuldades de manter o convênio nos valores antigos. A intenção é que a parceria seja renovada, com os valores propostos pela Prefeitura. Não vou dizer que não há nenhuma possibilidade de mantermos o mesmo valor de convênios anteriores, mas o que existe é o interesse de uma nova forma de relacionamento com a Fundação, com ações de maiores visibilidade, que contribuam para o fomento à produção literária. Tudo isso será discutido com o diretor Dix-sept Sobrinho em uma reunião que ocorrerá nos próximos dias”, justificou o secretário.

Fonte: O Mossoroense

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