Ministro disse que inflação teve um pico nos últimos meses.
Tema foi um dos destaques em evento da Força Sindical neste 1º de maio.
O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, rebateu nesta quarta-feira (1°) críticas à política econômica do governo federal. "Não é verdade que a inflação vai subir. Teve um pico nos últimos meses e vocês sabem o motivo. A presidente Dilma zela como uma leoa contra a inflação", afirmou o ministro.
Mais cedo, o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva - o Paulinho da Força, disse que irá lançar uma campanha para garantir que os salários sejam reajustados automaticamente toda vez que a inflação alcançar 3%. "Nossos sindicatos, a partir de hoje, começam mobilizações e assembleias, negociação e greves", afirmou durante a festa de 1º de Maio da Força, na Zona Norte de São Paulo.
Em seu discurso, o senador Aécio Neves (PSDB) também criticou a alta inflação.
Em seu discurso, Gilberto Carvalho fez um afago ao presidente da Força. Segundo ele, "esse Paulinho que fala tanto mal do governo" também mantem dialogo com o governo para ampliar direitos de trabalhadores da construção civil.
Já para o ministro do Trabalho, Manoel Dias, não é necessário adotar a reivindicação neste momento. "Não considero hoje necessário. Isso pode estimular a inflação", afirmou o ministro ao chegar ao evento. Ele, no entanto, não se opõe a discutir o assunto. "É uma proposta e as propostas são colocadas para serem discutidas", afirmou.
Paulinho da Força aproveitou o discurso também para criticar o governo da presidente Dilma Rousseff. Para ele, Dilma é mais conservadora do que Lula. "O governo Lula tinha todo um atendimento aos trabalhadores. O governo Dilma tem uma relação com o setor patronal. Veja por exemplo no caso da Previdência. No ano passado, a Dilma desonerou a folha em R$ 18 bilhões. Enquanto isso, nós estamos reivindicando o fim do fator previdenciário que custaria R$ 3 bilhões. Fica muito claro de que lado está o governo Dilma", afirmou.
Paulinho afirmou que a Força Sindical não é aliada e nem oposição ao governo Dilma, mas não está satisfeita. "Como o governo vem fazendo muito pouca coisa para os trabalhadores e muito para o empresariado, cabe a nós puxar um processo de crítica e de insatisfação com o governo."
Na opinião de Paulinho, o posicionamento de Dilma deve favorecer o apoio a candidatos de oposição nas próximas eleições. "É dificil dizer que a Força Sindical vai se posicionar porque nós temos gente de todos os partidos. A Força Sindical é uma entidade pluralista. O que posso dizer é que boa parte dos dirigentes sindicais deverão se posicionar. Provavelmente em favor de um candidato de oposição, porque o que a Dilma tem feito para os trabalhadores é muito ruim."
Sobre as críticas da Força ao governo Dilma, Dias disse que a presidente convidou as centrais sindicais para uma mesa de negociação em torno das reivindicações salariais. O ministro defendeu ainda avanços trabalhistas conseguidos durante o mandato da presidente, entre eles a retirada de famílias da situação de miséria extrema, a aprovação da PEC das domésticas e a política de aumento real do salário mínimo.
Fonte: Roney Domingos e Rosane D'Agostino/G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário
COMENTÁRIO SUJEITO A APROVAÇÃO DO MEDIADOR.