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terça-feira, 7 de maio de 2013

DANÇA DA CIRANDA.

Acostumados às regalias de sempre, inclusive à escassa fiscalização e às benesses asseguradas pela legislação, os partidos políticos tendem a se multiplicar no país. Atualmente, o TSE conta com trinta registros de agremiações partidárias, mas se sabe que outras trinta estão em via de pleitear o registro junto àquela Justiça Especializada.
Como o TSE dificultou o troca-troca de legenda, a partir da edição da Resolução nº 22.610/2007, que veio a disciplinar o processo de perda de cargo eletivo e de justificação de desfiliação partidária, os políticos divisaram a possibilidade de mudar de sigla mediante a criação de novos partidos, já que isso é permitido, desde que preenchidos os requisitos legais.
Para tanto, faz-se necessário reunir interessados na criação da nova legenda; elaborar e aprovar o estatuto do programa; coletar cerca de quinhentas mil assinaturas, distribuídas por, pelo menos, nove estados brasileiros; homologar as assinaturas colhidas na Justiça Eleitoral; e publicar os documentos no Diário Oficial.
Parece difícil? Que nada! Se assim fosse, não estaríamos diante de tantos órgãos partidários em gestação. É bem verdade que o pluripartidarismo nasce da democracia, mas esse crescimento desordenado e fragmentado gera sérias distorções no que se convencionou chamar de regime político do Estado de Direito Democrático, sendo capazes de confundir e iludir até mesmo a camada mais esclarecida da sociedade, já que quanto mais se diversificam os partidos, mais se personifica a política.
Na verdade, as greis partidárias deixaram para trás a dança de cadeiras, mais singela e imediatista, pela dança de ciranda, que, aparentemente mais dificultosa, envolve, embala e seduz.
Falando em ciranda, diz-se que ela provém do vocábulo espanhol “zaranda”, que se traduz num instrumento de peneirar farinha. Ah, se, a partir desse movimento rítmico, pudéssemos deixar passar pelas tramas da tela tudo que não serve à democracia!
E, falando em democracia, tem-se, paradoxalmente, que a ciranda é a mais simples das danças populares. Diferentemente dos conchavos políticos, qualquer um está habilitado a participar: jovens, adultos, idosos e crianças. Prova de que tudo tem dois lados. Depende da ótica e das atitudes de cada um.

Fonte: Lígia Limeira/Nominuto

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