O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) subiu hoje (6) à tribuna do Senado para dar explicações sobre as denúncias de que ele teria relações próximas com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. A amizade de Demóstenes com Cachoeira foi descoberta pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que investigou e terminou com a prisão do bicheiro e de outras 34 pessoas, entre outros motivos, por envolvimento com o jogo do bicho.
Torres disse, em seu discurso, que não é investigado por nenhum crime ou contravenção e que a violação do seu sigilo telefônico não obedeceu a critérios legais. A operação revelou vários telefonemas entre ele e o bicheiro. Apesar disso, o senador não negou que conheça Carlinhos Cachoeira, nem que tem uma relação próxima com o bicheiro.
"Como empresário, ele frequentava a alta sociedade goiana, convivia com pessoas de diversas atividades que, nem por isso, estão envolvidas [nas contravenções]", observou o senador. Ele negou que soubesse dos negócios ilícitos do bicheiro. Torres confirmou ainda que recebeu eletrodomésticos de presente de casamento do bicheiro e o chamou de "amigo". "A boa educação recomenda não perguntar o preço de um presente, muito menos recusá-lo. Foi o que fiz, da mesma forma que com outros amigos", declarou ele, que é um dos principais senadores da oposição.
Apesar de não negar a proximidade com Carlinhos Cachoeira, Demóstenes Torres enfatizou que não tem qualquer envolvimento com jogos de azar e disse que sempre se posicionou contra a liberalização deles. Apesar de questionar os motivos que levaram aos grampos em seu telefone e à falta de discrição em relação às conversas gravadas por meio das escutas telefônicas, o senador dispôs-se a passar por qualquer investigação e garantiu que nada será encontrado contra ele.
"Tranquilizo vossas excelências, não existe nada. Não sou investigado por nada", disse. "Podem grampear à vontade, não vão encontrar nada. Isso não vai me intimidar", concluiu. Após o discurso, Torres recebeu o apoio de diversos senadores, inclusive de governistas como o líder Romero Jucá (PMDB-RR).
Carlinhos Cachoeira é acusado de comandar o jogo do bicho na Região Centro-Oeste, em especial no estado de Goiás, pelo qual Torres é senador. A quadrilha presa na Operação Monte Carlo é acusada de explorar máquinas caça-níqueis e pagar propina a agentes públicos, em especial policiais, para intimidar adversários e conseguir proteção.
Fonte: Agência Brasil.
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