A declaração do advogado Antonio Carlos de Almeida Castro de que do ponto de vista jurídico “o jogo começa agora” denota que do ponto de vista político o destino do senador Demóstenes Torres já está traçado: a vida pública do senador eleito por Goiás está muito perto do fim.
Se não interromper o processo – com um pedido de licença ou renúncia, por exemplo – o julgamento político de Demóstenes tem destino traçado. Para o Senado, por exemplo, ele já é passível de perda do mandato porque, da Tribuna, há três semanas, ele disse que não conhecia de perto os negócios de Cachoeira. Mas, os diálogos captados pela Polícia Federal revelam o contrário: que Demóstenes conhecia e até tentava ajudar o amigo em seus negócios. Ou seja, ele teria mentido perante a Casa, o que já é razão para a perda do mandato pelas regras do parlamento.
O caso surpreende porque , ao longo dos últimos anos, Demóstenes foi uma espécie de xerife da Casa. Foi quem inquiriu Renan Calheiros e cobrou explicações de José Sarney em escândalos recentes. Em seu partido, o DEM, foi ao lado de Ronaldo Caiado quem defendeu a expulsão sumária de José Roberto Arruda. Agora, ele foi obrigado a ouvir do mesmo Ronaldo Caiado o conselho para deixar o partido porque não teria como se defender diante das evidências de seu envolvimento com um empresário de jogos ilegais.
O fim de semana será de decisão para Demóstenes Torres. Ele terá de tomar adotar uma estratégia política antes de terça-feira porque seu partido, o DEM, vai se reunir no começo da semana que vem para tomar uma providência: se não pedir para sair, ele poderá ser expulso. Na hipótese, cada vez mais remota, de ele conseguir preservar o mandato de um julgamento político (ele ainda tem quase sete anos de mandato) Demóstenes jamais será o mesmo. Na política, será um “morto-vivo”.
Fonte: Cristina Lobo
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