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sexta-feira, 8 de julho de 2011

DILMA CONVIDA BLAIRO PARA MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES.

O senador Blairo Maggi (PR-MT) é a aposta mais forte do Palácio do Planalto para substituir o ex-ministro e senador Alfredo Nascimento (PR-AM) no Ministério dos Transportes. Chamado para uma conversa com a presidenta Dilma Rousseff, por volta das 21h de quarta-feira, o senador foi informado de que, caso não aceite comandar o ministério, a alternativa do governo será manter o ex-secretário executivo Paulo Sérgio Passos no posto, tirando-o da interinidade para transformá-lo em titular da pasta.
Blairo, de imediato, disse que não vai aceitar o convite, mas seu partido e o Planalto ainda esperam convencê-lo a mudar de ideia. O líder do PR na Câmara, Lincoln Portela (MG), confirmou no fim da tarde de ontem que ele era o primeiro da lista do Planalto e do partido, mas a legenda quer ganhar tempo e só voltará a conversar com a presidenta Dilma na semana que vem. O PR quer que a definição sobre o novo ministro só aconteça depois que o ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura em Transporte (Dnit) Luiz Antonio Pagot for ouvido na terça, às 9h, no Senado, e na quarta-feira na Câmara. Os depoimentos são uma tentativa de reabilitá-lo politicamente e assim ganhar força para permanecer no cargo.
A expectativa do partido é de que ele se saia bem nas explicações ao Congresso e não é por acaso que Blairo está pessoalmente empenhado na reabilitação do amigo - ainda que a volta de Pagot não esteja sendo posta como condicionante para aceitar o convite. Ao longo dos oito anos de mandato à frente do governo de Mato Grosso, Pagot esteve sempre com Maggi e em postos relevantes: foi seu secretário de Infraestrutura, chefe da Casa Civil e secretário de Educação.
Isso explica o porquê de, em conversa ontem com a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, o senador ter protestado com veemência contra o afastamento de Pagot. "Não se pode desonrar um homem daquele jeito", desabafou o senador. Oficialmente, no entanto, o líder Portela informou que Blairo precisa de tempo porque está avaliando a situação.
A dúvida é se há impedimento jurídico por conta do envolvimento de empresas dele com o governo. O líder citou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Marinha, já que uma empresa do senador opera na área da navegação e do transporte fluvial para escoar a soja produzida.
Um dirigente do PT admite que a preferência pessoal da presidenta seria por Paulo Sérgio Passos, por se tratar de um quadro técnico eficiente que conhece a fundo a estrutura do ministério. Mas, sabendo das resistências da cúpula do PR, que não vê no ex-subordinado de Nascimento um representante da legenda no ministério, a presidenta decidiu buscar um nome na bancada que pudesse obter o apoio do conjunto do partido.
Além disso, como as denúncias de um suposto esquema de corrupção com pagamento de propina nos Transportes envolvem diretamente o secretário-geral do PR e deputado Valdemar Costa Neto (SP), o Planalto não quer um novo ministro que tenha ligações com o acusado.
Ao contrário, a presidenta deixou claro a mais de um interlocutor que quer "extirpar" a influência de Costa Neto sobre os Transportes. Também pesa em favor de Blairo a conveniência de escolher um senador que possa se compor com o colega Nascimento, agora de volta ao Senado.
Foi de posse dessa informação que Blairo começou a se articular com a bancada do PR ontem mesmo. O primeiro a ser procurado foi Nascimento, com quem o senador teve um encontro reservado no fim da manhã. Apoiado pelo ex-ministro, ele articulou nova conversa no início da tarde com a cúpula do partido. Dali saiu a decisão de que os interlocutores do PR com o Planalto para tratar de sucessão nos Transportes serão Blairo e os dois líderes das bancadas.

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