Ex-presidente e 36 aliados foram acusados de tentar reverter a vitória de Lula nas eleições de 2022
O indiciamento formal de Jair Bolsonaro e outros 36 aliados, incluindo ex-ministros de seu governo, por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 gerou ampla repercussão na mídia internacional nesta quinta-feira, 21. O caso foi amplamente noticiado por veículos como o jornal americano The Washington Post, o espanhol El País, a emissora ABC News e o português O Público.
As investigações indicam que Bolsonaro e seus aliados teriam arquitetado um plano para evitar a posse de Lula e reverter os resultados da eleição de 2022, que ele perdeu. A trama golpista envolvia figuras-chave das Forças Armadas e membros do governo anterior, como os generais do Exército Braga Netto e Augusto Heleno.
O Washington Post destacou que a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por tentativa de golpe após as eleições de 2022, com acusações apresentadas ao Supremo Tribunal Federal, que avaliará o próximo passo. O jornal ressaltou que Bolsonaro nega as acusações, assim como seu envolvimento em outros escândalos, como contrabando de joias e falsificação de registros de vacinação contra a covid-19.
O New York Times também enfatizou o impacto das acusações, observando a gravidade da tentativa de subverter a democracia brasileira, enquanto o britânico The Guardian classificou Bolsonaro como “um capitão do exército desonrado que virou político populista”, descreveu sua administração como de extrema direita e destacou que a conclusão do inquérito policial ocorreu poucos dias depois da PF ter feito cinco prisões como parte de uma operação para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu vice, Geraldo Alckmin, e o juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
O El País, além de noticiar as acusações formais contra Bolsonaro, também relembrou o ataque golpista na sede dos Três Poderes em Brasília, em 8 de janeiro de 2023. O jornal enfatizou que, segundo os investigadores, o golpe não foi consumado devido à recusa dos comandantes do Exército e da Força Aérea em apoiar o plano. Além disso, o veículo espanhol afirmou que, ao longo do mandato, Bolsonaro “abraçou um discurso que flertava repetidamente com a ameaça de ruptura democrática”.
Fonte: Veja
Foto: André Borges/EFE
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