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domingo, 30 de março de 2014

1964: A RESISTÊNCIA DE UMA PEQUENA CIDADE DE PERNAMBUCO.

Professora, telegrafista e até o delegado de Vitória de Santo Antão entraram na lista de 21 acusados de subversão.

A professora foi para a rua liderar o levante contra o golpe. Os trabalhadores da estrada de ferro cruzaram os braços. O telegrafista disse para os primeiros soldados com carabinas nas mãos que não tinha condições de mandar mensagens. O delegado não aceitou as ordens do Exército. Diante da agitação, o comércio fechou as portas. A rádio AM foi tomada por defensores do presidente João Goulart e, pelo microfone, conclamou os ouvintes a resistir. O sindicalista resistiu e foi fuzilado num canavial. O corpo dele virou repasto de aves de rapina. Os militares forjaram um suicídio que indignou a família.
A crônica com tintas surreais dos primeiros dias de abril de 1964 em Vitória de Santo Antão, em Pernambuco, na época com 30 mil moradores - hoje sua população passa de 100 mil -, mostra que, na história do Brasil contada a partir do interior, o povo não assistiu, mais uma vez, bestializado, e os generais não esperaram o AI-5, quatro anos depois, para dar início à barbárie.
O delegado Edvaldo Rodrigues Cavalcanti entrou na lista de 21 acusados de subversão que teriam resistido ao golpe na cidade da Zona da Mata pernambucana. Foi expulso da Polícia Militar. Documento do Conselho Especial de Justiça do Exército, de dezembro de 1969, obtido pelo Estado, destaca que o ex-tenente "procurou sublevar o destacamento policial e até camponeses adestrados para uma reação ao movimento revolucionário". Esse personagem desconhecido afirmou, em sua defesa, que tinha orgulho por jamais permitir que senhores de engenho colocassem as mãos em seu ombro e dissessem: "Meu delegado".
A paraibana Maria Celeste Vidal Bastos, na época com 37 anos, e o sindicalista pernambucano Luiz Serafim de Santana, 36, foram outros líderes do levante contra o golpe citados no documento. Na manhã do dia 1o de abril, eles convocaram trabalhadores dos engenhos para o levante. Centenas deles foram para a cidade com foices, enxadas e paus. Eles ocuparam a Rádio Jurema. O comerciante José Lyra, 87 anos, lembra da passeata com pessoas erguendo varas com ossos amarrados para reclamar dos mortos nos canaviais. "O Exército e a polícia apareceram. Foi um Deus nos acuda", relata.

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Fonte: Leonencio Nossa/http://estadao.br.msn.com/
Foto: Estadão Conteúdo

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