PhD em Estatística afirma que número de mortes no País é dado mais confiável em comparação aos casos registrados de infectados.
Em entrevista à Rádio Jornal nesta sexta-feira (29), o professor Gauss Cordeiro, do Departamento de Estatística da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e PhD em Estatística pelo Imperial College, afirmou que as mortes causadas pelo novo coronavírus no Brasil são o grande balizador de como a pandemia está se comportando. Gauss acredita que o número de mortes no País ainda deve aumentar.
“O pico da curva é muito difícil de ser avaliado porque esse vírus tem dois tipos de comportamento de variáveis: um é temporal, que tem uma grande variabilidade, tanto que nenhum estatístico faz inferência com mais de 15 dias. Para se ter um nível de precisão de 95%, as previsões têm que ser curtas, de, no máximo, 15 dias. Então, o pico da curva de mortes deverá ocorrer na segunda metade de julho e o final de agosto", disse o professor.
Com relação ao número de mortes, Gauss avalia que passaremos dos 100 mil óbitos até o fim de ano. “A situação no país é que nós temos uma média semanal de 1000 mortes por dia e está numa taxa de crescimento de 1.5%. Vamos chegar em 110 mil mortos, é o valor esperado em dezembro deste ano.”
Segundo o estatístico, a grande subnotificação de casos de covid-19, com a falta de testagem na população, provoca imprecisão para os pesquisadores de quando a curva de crescimento irá achatar.
“As pessoas se preocupam muito com casos confirmados. Em termos estatísticos, no Brasil, casos confirmados não indicam nada. Porque temos uma subnotificação muito grande. No Reino Unido, o pessoal do Imperial College estimava que para cada caso confirmado de covid, nós tínhamos 19 infectados. Aqui no Brasil, é muito mais.Com a subnotificação dos testes, nós podemos ter, a cada caso confirmado, mais de 50. A única série confiável que nós temos é a média semanal de mortes.”
Fonte: Rádio Jornal NE 10
Foto: Web
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