Na avaliação de presidente da Câmara, Jair Bolsonaro precisa 'comandar a solução' para a crise. Filho do presidente, Carlos Bolsonaro, afirmou em rede social que ministro mentiu.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quinta-feira (14) ao blog que o presidente Jair Bolsonaro precisa "comandar a solução" para a crise política que envolve o ministro da Secretaria Geral, Gustavo Bebianno.
O ministro é suspeito de ter autorizado durante a campanha eleitoral a liberação de R$ 400 mil em recursos públicos do fundo partidário para uma candidata "laranja" do PSL, partido de Jair Bolsonaro. Nesta semana, Bebianno disse que conversou três vezes com Bolsonaro enquanto ele ainda estava internado em um hospital em São Paulo. Em uma rede social, o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente, classificou a afirmação de Bebianno como "mentira absoluta". Depois, Jair Bolsonaro compartilhou as mensagens do filho na mesma rede social.
Nesta quarta, em entrevista ao blog, Bebianno afirmou que não pretende pedir demissão.
"A impressão que dá é que o presidente está usando o filho para pedir para o Bebianno sair. E ele é presidente da República, não é? Não é mais um deputado, ele não é presidente da associação dos militares", declarou Maia.
"Então, se ele está com algum problema, ele tem que comandar a solução, e não pode, do meu ponto de vista, misturar família com isso porque acaba gerando insegurança, uma sinalização política de insegurança para todos", afirmou o presidente da Câmara.
Para Maia, é um "risco muito grande" para um governo transformar o episódio de Bebianno em uma crise porque, segundo ele, há desafios importantes para o governo enfrentar, entre os quais a aprovação da reforma da Previdência.
"Olha, eu não gosto de ficar me movendo nas relações familiares, mas eu acho que o episódio do Bebianno não tem relação com o Bebianno. O Bebianno transferiu dinheiro para o diretório [do PSL], não é? Ou para uma candidata de um estado. Qualquer presidente de partido poderia passar por isso. Você transformar isso numa crise dentro do Palácio do Planalto, eu acho que é risco muito grande pra um governo que precisa analisar a liderança, unidade, porque vai ter desafios importantes começando pela Previdência", declarou.
Fonte: Andréia Sadi/G1
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