Ornon Vasconcelos era gestor do contrato que levou à exoneração do presidente do INSS. Ele liberou R$ 4,6 milhões à RSX Informática sem que o órgão tivesse recebido nenhum produto.
O ministro do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame, exonerou ontem o servidor do INSS Ornon Vasconcelos, que era gestor do contrato de R$ 8,8 milhões firmado pelo órgão com a RSX Informática Ltda. Ornon é o segundo integrante do quadro do INSS a ser demitido depois de O GLOBO ter revelado que o órgão pagou R$ 4,6 milhões à empresa sem receber qualquer produto em contrapartida. Vencedora do contrato milionário para fornecimento de um programa de computador ao INSS, a empresa estava registrada no mesmo endereço de um pequeno estoque de bebidas, em Brasília, e não tinha condições de produzir e entregar os produtos para o qual foi contratada.
Além da demissão do ex-presidente do INSS Francisco Lopes e do gestor do contrato, Ornon Vasconcelos, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, já recebeu o pedido de demissão do diretor de Atendimento do INSS, Ilton Fernandes. O GLOBO revelou na semana passada que a demissão de Fernandes não foi consumada ainda porque a Casa Civil não quer contrariar os interesses do líder do governo no Congresso, deputado André Moura (PSC-SE), que é o padrinho político das indicações no INSS.
O negócio com a empresa foi formalizado em contrato assinado no dia 13 de abril. Dez dias depois, o diretor de Atendimento do INSS, Ilton Fernandes, e o gestor nomeado do contrato com a RSX, Ornon Vasconcelos, assinaram um documento no qual atestaram o suposto recebimento de quatro licenças de software da RSX e liberaram o pagamento de R$ 4,6 milhões à empresa. Técnicos do INSS, no entanto, confirmaram que o documento foi redigido e o dinheiro liberado sem que nenhum produto tivesse sido entregue ao órgão.
Como a reportagem revelou na semana passada, quando verificou o volume de recursos envolvidos no negócio e o tipo do programa de computador que seria comprado, a área técnica do INSS alertou o presidente para a falta de amparo técnico ao negócio, a possível inutilidade da compra para o órgão e o risco de desperdício de dinheiro público.
— O sistema foi adquirido sem prova de conceito, ou seja, sem mostrar tecnicamente qual ganho, de fato, o programa traria para o INSS. Qual vantagem da compra para o instituto que justifique o gasto de R$ 8 milhões? — diz um servidor do INSS sob a condição do anonimato.
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Fonte: Robson Bonin e Patrik Camporez/O Globo
Foto: Michel Filho/Agência O Globo
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