Ministro do Esporte viajou com mulher e filho no sábado de Carnaval para assinar intercâmbio e retornou na Quarta-feira de Cinzas. Ministério diz que os parentes foram como convidados do governo cubano e não representaram acréscimo aos cofres públicos.
O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, reagiu nesta quarta-feira às críticas quanto à sua viagem a Cuba, durante o Carnaval. Aldo usou avião da FAB e estava acompanhado da mulher, Rita, e do filho. Em nota divulgada no site do Ministério, Aldo diz que foi uma viagem com compromissos oficiais e que não foi a passeio. O caso foi divulgado nesta quarta-feira pelo jornal "Folha de S.Paulo". Segundo assessores, a mulher e o filho do ministro eram convidados do governo cubano. Além disso, o ministro não cogitou devolver o dinheiro das passagens dos dois familiares, por considerar que se tratou de uma visita oficial e que o gasto com o deslocamento do avião seria o mesmo.
A FAB disponibilizou um avião com 14 lugares, um jatinho Legacy para fazer a viagem.
“Não fui passear em Cuba. Fui trabalhar, como mostra a agenda”, diz Aldo, na nota.
A mulher do ministro, Rita, é coordenadora na Secretaria da Mulher do governo do Distrito Federal e é militante do PCdoB, como Aldo.
Eles viajaram no dia 09 e só retornaram no dia 13 de fevereiro, na Quarta-Feira de Cinzas. Segundo a nota do Ministério, durante os dias em que permaneceram em Cuba, os integrantes da Pasta cumpriram vários compromissos.
"O ministro foi recebido pelo vice-presidente do Conselho de Ministros da República de Cuba, Miguel Díaz, e pelo vice-ministro das Relações Exteriores de Cuba, Rogerio Sierra e se reuniu duas vezes com o presidente e diretores do Instituto Nacional de Esportes, Educação Física e Recreação (INDER) e com a direção da empresa Cubadeportes. Além disso, o ministro do Esporte visitou a Universidade das Ciências, Cultura Física e Deporte Manuel Fajardo", diz a nota.
A comitiva também foi integrada pelo secretário Nacional de Esportes de Alto Rendimento, Ricardo Leyser, e pelo diretor executivo da Agência Brasileira de Controle de Dopagem, Marco Aurelio Klein.
Ainda segundo a nota, nos encontros foi concretizada a criação de grupos de trabalho e intercâmbio entre Brasil e Cuba neste período de preparação dos atletas brasileiros e da infraestrutura esportiva do Brasil para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016. O ministério do Esporte e o INDER assinaram o acordo que cria o Grupo de Trabalho de Acompanhamento do Programa de Atividades para o triênio 2013/2016.
Além disso, conforme o Ministério, Cuba vai colaborar com o Brasil na formação de fiscais de controle de dopagem. "No futebol, o Ministério do Esporte, em parceria com a Federação de Futebol do Rio de Janeiro, vai oferecer um curso de árbitros para os cubanos. Os três melhores classificados farão estágio na federação carioca. Além disso, estão sendo acertadas as condições para que jogadores de futebol da categoria sub 20 também sejam recebidos para treinamentos em clubes brasileiros", encerrou a nota.
Outros políticos usaram aviões da FAB de forma indevida, em junho. O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), levou sete pessoas para assistir ao jogo da seleção brasileira no Maracanã, durante a Copa das Confederações. O ministro da Previdência, Garibaldi Alves, também lançou mão de aeronave oficial para conferir um jogo da seleção e, de carona, levou um empresário. Já o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), levou a mulher à festa de casamento da filha do líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), em Porto Seguro. Todos ressarciram os cofres públicos.
Fonte: Cristiane Jungblut/O Globo
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