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sexta-feira, 11 de maio de 2012

DESEMBARGADOR É CITADO POR LOBISTA.

Os controladores do Consórcio Inspar estavam dispostos a ampliar a compra de apoio ao projeto de inspeção veicular, estabelecido de forma fraudulenta no governo Wilma de Faria/Iberê Ferreira de Souza, estendendo-se também para a administração do governo Rosalba. A peça chave do esquema dentro do Detran/RN era Marcus Vinícius Furtado da Cunha, que ocupava o cargo de procurador-geral do Departamento Estadual de Trânsito. George Olímpio tentou sustentar Marcus Vinícius Furtado da Cunha, mesmo com a mudança da direção geral do órgão. As tentativas, porém, não progrediram, mas de acordo com o depoimento de Alcides Fernandes Barbosa iniciou-se um outro esquema de pagamentos envolvendo o novo diretor da autarquia, Érico Vallério Ferreira de Souza e o pai dele, o desembargador Expedito Ferreira.
Na delação premiada, Alcides afirmou que as negociações entre George Olímpio e Érico Vallério se deram no escritório da Construtora Montana, pertencente a Gilmar Lopes, sócio da Inspar e, segundo Alcides, amigo íntimo do desembargador. Gilmar teria se encontrado com Expedito Ferreira no gabinete do Tribunal de Justiça. Na ocasião, o desembargador teria alertado o dono da Montana sobre os percentuais que seriam distribuídos a Wilma de Faria, João Faustino e Iberê Ferreira quando as inspeções fossem iniciadas. Gilmar se sentiu enganado por George Olímpio e o questionou por quais motivos ele teria feito aquela divisão.
"O Gilmar disse que não tinha mais condições de falar com Expedito por causa das mentiras relacionadas aos percentuais", disse Alcides Barbosa. George Olímpio teria solicitado a intermediação de Gilmar com Expedito Ferreira por eles serem e amigos e, com isto, facilitar uma aproximação com Érico Vallério, o escolhido por Rosalba Ciarlini para assumir o Detran em seu mandato. A aproximação, ocorreu.
O funcionamento do CRC e a inspeção veicular foram mantidos. Seria por esta suposta "ajuda" que Expedito Ferreira receberia os R$ 50 mil/mensais.
Alcides esclareceu que o intuito de Érico Vallério como diretor da autarquia estadual de Trânsito era suspender o contrato da inspeção veicular e o funcionamento do cartório de autenticação dos licenciamentos de veículos, ambos operacionalizados pelas empresas em nome de George Olímpio. Não fica claro, entretanto, se a conversa ocorreu antes ou depois de Érico Vallério assumir oficialmente o Departamento Estadual de Trânsito, no início do ano passado.
Para manter a Central de Registro de Contratos (CRC) em funcionamento e garantir o início das inspeções veiculares, George asseverou o pagamento mensal de R$ 50 mil ao então diretor do Detran/RN. "George dava dinheiro pro Érico Vallério para ele não suspender o funcionamento do cartório nem da inspeção. Érico, inclusive, recebeu R$ 50 mil adiantado", disse Alcides aos promotores de Defesa do Patrimônio Público.
Um dos pedidos de George a Érico, porém, não foi atendido. O sócio da Inspar queria a manutenção de Marcus Vinícius Furtado da Cunha na Procuradoria-Geral do órgão. O medo dos envolvidos no esquema era de que Furtado os delatasse caso não permanecesse no processo.
Com a negativa do filho do desembargador, George Olímpio se viu obrigado a pagar propina mensalmente a Marcus Vinícius Furtado para que ele permanecesse em silêncio. Na tentativa de manter Furtado no Detran, Alcides detalhou ao Ministério Público que João Faustino chegou a procurar o ex-chefe do Gabinete Civil estadual, Paulo de Tarso Fernandes, para pedir sua ajuda. "Todos tinham medo do Marcus Vinícius sair e alguém descobrir o esquema", confirmou Alcides. Ainda segundo o depoente, Furtado era "o cara que sabe tudo mesmo, como foi a montagem jurídica".
Procurado pela TRIBUNA DO NORTE, o desembargador Expedito Ferreira preferiu não comentar as afirmações de Alcides Fernandes Barbosa. Ele limitou-se a dizer, na manhã de ontem em seu gabinete no Tribunal de Justiça, que "as medidas judiciais cabíveis serão tomadas". Contra quem e quais medidas serão, ele não detalhou. Érico Vallério Ferreira de Souza não foi localizado para comentar o assunto.

Fonte: Ricardo Araújo

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