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sábado, 22 de outubro de 2011

AO ROMPER, ROBINSON CRITICA INFLUÊNCIA DE CARLOS EDUARDO.

O vice-governador Robinson Faria (PSD) anunciou ontem o rompimento com o grupo político da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) após se dizer "humilhado, usado e descartado", sobretudo por quem disse ser "o casal que comanda o Estado". O ex-deputado Carlos Augusto Rosado (DEM) foi o alvo potencial das críticas externadas durante coletiva à imprensa. Robinson o acusou de ter uma influência no governo tão substancial que ultrapassa os limites da esfera política e chega à administração. "Quando eu deixei a interinidade do Executivo, a governadora Rosalba Ciarlini foi procurada pelo secretário chefe do Gabinete Civil, Paulo de Tarso Fernandes, para me renomear à frente da Semarh [Secretaria de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos], ela respondeu que fosse falar com Carlos Augusto", externou. O ex-deputado foi procurado por três ocasiões, mas não houve resposta. O episódio foi a ponte para o rompimento definitivo. Mas Robinson garante que não foi o único motivador.
Ao lado do deputado federal Fábio Faria e dos estaduais José Dias e Gesane Marinho, todos do PSD, Robinson Faria fez um relato do período em que rompeu com o grupo de Wilma de Faria (PSB) e optou por aderir à aliança com o Democratas, segundo ele depois de muita "sedução" e após ter sido preterido pelo grupo do PSB no período em que almejava ser candidato ao Governo do Estado, em 2010. O anúncio de rompimento se deu dez meses após iniciada a atual administração estadual, mas os indícios de afastamento já datavam dos primeiros meses de gestão.
Segundo o próprio Robinson, o as divergências tiveram início ainda no início do ano, quando a governadora visitara as enchentes do Vale do Açu. O vice-governador se ressentiu de ter sido esquecido, ainda que fosse à época o titular da pasta responsável pelas obras hídricas para contenção de enchentes, que era Semarh. Robinson não mencionou sobre o conflito gerado quando da votação na Assembleia do empréstimo junto ao Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird), cujo rol de beneficiados excluiu a Semarh, e o qual gerou uma quebra de braço no âmbito da AL.
Ele assinalou que os indícios culminaram mesmo em desavença pública quando da formalização do PSD. "Fizeram uma força-tarefa para matar o partido", disse. E completou: "começou uma verdadeira indústria de intrigas e alianças que foram formadas para isolar o nosso grupo. Eu não podia dar um passo que era motivo de intriga. Eu não podia dar uma palavra, conceder uma entrevista que era uma afronta ao governo". Robinson Faria denunciou que prefeitos simpáticos a migrarem ao PSD foram pressionados a desistir, sob pena de serem tratados como adversários da administração estadual. O vice-governador externou ainda um particular do deputado Gustavo Carvalho (parlamentar que em poucos dias anunciou a ida e a desistência de migração na nova legenda), que chamado por Carlos Augusto Rosado teria sido aconselhado a permanecer no PSB. "O primeiro-damo passou a tratar nosso grupo como adversário. Esse episódio Gustavo Carvalho confidenciou a Fábio [Faria, deputado federal, filho de Robinson]".
O ápice da discórdia é apontado pelo vice-governador como sendo o período da interinidade em que esteve à frente do Executivo. Ele disse que não fez movimentações externas ao script adotado pelo governo. Mesmo assim, destacou, teria sofrido represálias pelas visitas que fez a obras e ao pavilhão da penitenciária de Alcaçus e também pelas intermediação a frente das categorias do funcionalismo sedentas por reajustes salariais. "Fiz o que devia. Estou com a consciência tranquila". O tom de ressentimento e de melancolia não tiraram do vice-governador a altivez na hora de passar em cheque o apoio, segundo ele determinante para a eleição de Rosalba. "Só dos meus deputados trouxemos 300 mil votos. Essa eleição se deu por causa desse grupo que eu liderava. Agora querem jogar fora", lamentou ele.

Fonte: Aldemar Freire/Maria da Guia Dantas e Anna Ruth Dantas

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