Decano do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Gilmar Mendes foi procurado pelo comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Carlos Almeida Baptista, que o convidou para um almoço, na véspera, no qual negou qualquer intenção de a Força Armada apoiar um golpe de Estado, conforme as constantes ameaça do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
— Força Armada não ameaça — disse o comandante.
Instituições
A declaração ocorreu como uma resposta às críticas feitas pelo presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), a militares envolvidos em irregularidades no Ministério da Saúde. A declaração, na época, foi condenada por Gilmar Mendes.
— Não é função das Forças Armadas fazer ameaças à CPI ou ao Parlamento. Pelo contrário, as Forças Armadas têm o poder e o dever de proteger as instituições — disse o jurista.
Militares
Trata-se, no entanto, da primeira sinalização direta da cúpula militar ao STF, em meio à crise entre o presidente e o Judiciário. O brigadeiro Carlos Almeida Baptista Jr. é visto entre os militares como o mais bolsonarista dos três novos chefes militares que assumiram após a crise militar que derrubou todos os comandantes e o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo, em abril.
Gilmar Mendes, por sua vez, é a personalidade mais criticada no meio militar, que consideram a corte excessivamente poderosa. A conversa entre Gilmar Mendes e os militares, contudo, foi cordial, de acordo com comentários de convidados ao encontro a jornalistas. Procurado por repórteres, porém, Mendes preferiu não comentar sobre a reunião.
Fonte: Correio Do Brasil
Foto: Reprodução
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