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sexta-feira, 30 de julho de 2021

DEPUTADOS DE OPOSIÇÃO VÃO FAZER REPRESENTAÇÃO CRIMINAL CONTRA GOVERNO POR INCÊNDIO NA CINEMATECA

Edital para selecionar entidade que vai gerir a instituição foi publicado apenas nesta sexta-feira, um dia após o fogo

Um grupo de deputados de oposição anunciou que vai apresentar na Procuradoria-Geral da República (PGR) uma representação criminal contra a Secretaria de Cultura do governo federal e o secretário Mario Frias, em razão do incêndio na Cinemateca de São Paulo. O objetivo é responsabilizá-los por omissão e garantir a preservação do que não foi destruído.

A Cinemateca está fechada desde agosto do ano passado, quando expirou um contrato entre o governo federal e a organização social que administrava o local. Apenas nesta sexta-feira, um dia depois do incêndio, foi publicado um edital de chamamento para seleção de uma entidade privada sem fins lucrativos para gerir a Cinemateca.

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que está à frente do movimento, destacou que a Secretaria de Cultura foi advertida do perigo de incêndio por parlamentares da Comissão de Cultura. Para ele, a publicação do edital nesta sexta-feira é a prova de que houve omissão.

— Eles foram advertidos que isso poderia acontecer, de que a preservação dependeria de climatização, de servidores. E eles tinham rompido o contrato de gestão. Publicaram hoje [o edital]. É a prova inequívoca da omissão, porque já estava pronto esse edital. Precisou pegar fogo para eles publicaram — afirmou Paulo Teixeira.

Também patrocinam a representação, que ainda não foi entregue à PGR, os deputados Jandira Feghali (PC do B-RJ), Alice Portugal (PC do B-BA), Benedita da Silva (PT-RJ), Maria do Rosário (PT-RS), Tadeu Alencar (PSB-PE), Lídice da Mata (PSB-BA), Sâmia Bonfim (PSOL-SP), Alexandre Pailha (PT-SP), Áurea Carolina (PSOL-MG) e Orlando Silva (PCdoB-SP). A maioria integra a Comissão de Cultura da Câmara.

Benedita da Silva foi na mesma linha de Paulo Teixeira.

— Isso foi uma tragédia anunciada. Eles acabaram com o ministério [da Cultura], e depois não cuidaram do patrimônio. Então o governo federal é o responsável — disse Benedita, acrescentando: — [O objetivo é] Não só responsabilizar, como pedir restauração imediata. Responsabilizar dá uma punição, mas o patrimônio continua depredado. Queremos que o patrimônio seja resgatado. O que perdemos já perdemos. É um grande prejuízo.

A deputada Lídice da Mata lembrou que o tema já era discutido na Comissão de Cultura, mas não recebeu a atenção que devia do governo federal.

Essa situação expressa bem a atitude do governo Bolsonaro. È uma atitude de destruição, de falta de zelo, de desrespeito. E no caso no cinema, do audiovisual, até de uma perseguição ao setor — disse Lídice.

Fonte: O Globo

Foto: Reprodução

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