Regiane afirmou ainda que os rituais aconteciam no quarto de orações, na residência da família em Pendotiba, Niterói, e nem todos os integrantes da casa tinham autorização para entrar no cômodo.
- Só algumas pessoas podiam entrar nesses rituais. São (rituais) para acabar casamento, fazer as pessoas ficarem cada vez mais grudadas a ela. Eles não são evangélicos - afirmou a testemunha, complementando que a religião evangélica foi a escolhida por Flordelis porque “era a que dava dinheiro”.
Flordelis é pastora evangélica e tem sua própria igreja há mais de 20 anos. Um dos filhos afetivos da deputada, Wagner de Andrade Pimenta, conhecido como Misael, também mencionou o quarto de orações da casa e alguns rituais que aconteciam nele. Para Misael, os rituais presenciados por ele não eram normais no meio evangélico.
– Ela pegava nomes de pessoas que queria que se aproximassem da família e fazia a preparação. Tinha mel, açúcar e alguidar. Havia orações, pedidos para Deus, mas aquilo não era normal no meio evangélico – explicou Misael, detalhando que os rituais ocorriam desde a época em que a família morava na favela do Jacarezinho, na Zona Norte.
Durante o inquérito policial, um homem que já morou na casa de Flordelis também afirmou aos investigadores não acreditar que Flordelis seja evangélica. A testemunha disse aos policiais que a percepção que tem atualmente é de que, na realidade, Flordelis e sua família participam de uma seita, que tem aparência de congregação religiosa, mas que em nada tem relação com “aquilo escrito na Bíblia”. A testemunha afirmou ter certeza de que “as práticas dessa família são de envolver e manipular psicologicamente as pessoas mais próximas de forma sutil”.
Flordelis é ré, acusada de ser a mandante do marido, o pastor Anderson do Carmo, assassinado em junho do ano passado. Além dela, outros sete filhos e uma neta são acusados de envolvimento no crime. Na próxima sexta-feira, será realizada a terceira audiência do processo, no fórum de Niterói. Serão ouvidas as últimas testemunhas de acusação do caso.
Fonte: Carolina Heringer/Extra Globo
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