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domingo, 4 de novembro de 2018

INSPIRAÇÃO DE MORO, JUIZ ITALIANO DEIXOU CARGO POR MINISTÉRIO DA JUSTIÇA.

Giovanni Falcone é um dos ídolos do juiz brasileiro, que já o citou em decisões da Lava-Jato.

Ao deixar Curitiba para assumir o Ministério da Justiça , o juiz Sergio Moro disse que tomou a decisão com "certo pesar", já que terá que abandonar 22 anos de magistratura. No comunicado distribuído à imprensa após se reunir com o presidente eleito Jair Bolsonaro , contudo, Moro deixou de citar uma inspiração importante para sua decisão: o juiz italiano Giovanni Falcone , responsável pela condenação de mais de 300 mafiosos nas décadas de 1980 e 1990. Assim como Moro, Falcone deixou de lado a carreira de magistrado para ocupar um cargo no Ministério da Justiça.
A admiração do brasileiro por Falcone é conhecida. Sempre que possível, o juiz cita o magistrado italiano em suas decisões, na recomendação de livros ou em público. Em 2015, durante evento do Lide, empresa que à época era comandada por João Doria, Moro deixou claro que se inspira no magistrado italiano.
— Nos momentos de dificuldade, leio livros sobre Giovanni Falcone e vejo que os casos nos quais ele atuava eram muito mais profundos que o meu. Então sigo em frente — disse o juiz à época.
Um desses livros é "Excellent Cadavers", de Alexander Stille. A obra conta a história de Falcone desde o início das investigações sobre a máfia italiana na Sicilia, até sua morte, quando estava no Ministério da Justiça.
Além de "Excellent Cadavers", Moro também costuma recomendar outro livro, "Cosa Nostra: o juiz e os “homens de honra”", do próprio Falcone com a jornalista Marcella Padovani.
Em 2017, a pedido do site "Jota", o magistrado chegou a afirmar que, se há algum juiz que mereça o rótulo de herói, este seria Giovanni Falcone.
"O livro contém diversos relatos e lições importantes do magistrado. Indispensável", escreveu ao recomendar, além do livro de Falcone, a obra de Alexander Stille.
A admiração pelo italiano está presente até mesmo em decisões da Lava-Jato. Em várias delas, principalmente nas que determina mandados de busca e apreensão ou pedidos de prisões, Moro cita trechos da obra de Falcone. As menções ocorreram em algumas das principais decisões tomadas na operação, como o despacho que autorizou a primeira-fase da Lava-Jato ou a prisão de João Santana, ex-marqueteiro do PT.
LEIA AQUI MATÉRIA COMPLETA

Fonte: Dimitrius Dantas/O Globo
Foto: Alberto Jacob/Agência O Globo


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