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quinta-feira, 11 de outubro de 2018

POR QUE ELE ESTÁ QUASE LÁ.

O que explica a ascensão de Jair Bolsonaro, o candidato de 49 milhões de votos que quase liquidou a fatura no 1º turno das eleições e segue como franco favorito para ocupar a cadeira presidencial a partir de 2019.

Em 1992, James Carville, estrategista da campanha de Bill Clinton, do Partido Democrata, na disputa pela Presidência dos Estados Unidos contra George Bush, concorrente à reeleição, cunhou um mantra para o resultado de qualquer refrega política: “É a economia, estúpido!”. O termo pouco educado pretendia mostrar que é a questão econômica a balizadora dos resultados eleitorais. No caso, Carville apostava que a crise americana superaria o sentimento de resgate da autoestima do cidadão obtido após a vitória na Guerra do Golfo. O que se confirmou e garantiu a vitória de Clinton. As eleições brasileiras de 2018 parecem contrariar o mantra de Carville. No caso, o que definiu o resultado das urnas foi “a política, estúpido!”. E nenhum outro candidato beneficiou-se dessa nova ordem de forma melhor que Jair Bolsonaro, do PSL. “Houve uma mudança profunda no sentimento do eleitor, que a maior parte dos candidatos, à exceção de Jair Bolsonaro, demoraram a perceber”, observa o cientista político André Felipe, especialista em questões municipalistas. Muitos ainda nem perceberam. Até 2014, prevalecia o voto econômico, voltado a temas como controle da inflação, desemprego, estabilidade, desigualdade social. Este ano, não. Compõem os alicerces do voto em Bolsonaro o combate à corrupção, o enfrentamento dos problemas de segurança pública, a contestação ao establishment, que faz com que o eleitor do candidato do PSL sinta-se quase como um revolucionário dos tempos modernos, o conservadorismo, ao qual estão umbilicalmente ligados a questão cultural e os costumes – defesa da religião e de valores da família tradicional composta por “pai e mãe” contra uma agenda considerada progressista – e, claro, o antipetismo, grande responsável pela avalanche de votos na reta final.
Como disse na terça-feira 9 a senadora Ana Amélia (PP-RS), no seu primeiro compromisso após deixar de ser a candidata à vice-presidência na chapa de Geraldo Alckmin, do PSDB, o eleitor acalenta uma mudança drástica. E identifica em Bolsonaro a possibilidade. “Nós sabemos que ele, com 21 anos de mandato como deputado federal, está longe de ser exatamente o ideal. Mas o eleitor resolveu correr o risco, mesmo que seja para tirá-lo depois”, afirma ela, que franqueou apoio ao candidato. Está embutida nesse raciocínio a constatação da força que o cidadão pode ter na transformação política. Em 2013, o mundo político ficou surpreso quando as ruas do país se encheram de manifestantes em protesto durante a Copa das Confederações. Como os antigos imperadores romanos, os governos do PT ofereciam o pão e o circo. Mas o cidadão, descontente, reclamava da corrupção e da falta de segurança. Exigia para o país o “padrão Fifa” de excelência, que os governos justificavam para construir faraônicos estádios de futebol. As manifestações cresceram. Viraram os movimentos que alimentaram o processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff. Tornaram concreta a sensação de que é possível “tirar” os governantes que frustrarem suas expectativas.
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Fonte: IstoÉ
Foto: Jorge Araújo/Folhapress

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