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sábado, 6 de outubro de 2018

CRÍTICAS A BOLSONARO FORAM MENOS INTENSAS DO QUE DEVERIAM.

Jair Bolsonaro foi poupado no debate de quinta-feira, principalmente no início. Nos primeiros 20 a 30 minutos, pouco se falou do candidato ausente. Críticas foram feitas à polarização nesse primeiro turno, mas poucas foram endereçadas diretamente a Bolsonaro. Ao contrário. Fernando Haddad, o segundo nas pesquisas, concentrou ataques no PSDB a ponto de lembrar a alta da dívida no período de FH, cujo governo terminou há 16 anos.
PT e PSDB foram os principais adversários nas eleições de 1994 a 2014. Mas desta vez o candidato tucano não teve desempenho. O adversário de Haddad hoje é Jair Bolsonaro. O petista teve pouco foco no debate, embora tenha tido alguns bons momentos. Ele repreendeu Álvaro Dias, que adotava um papel zombeteiro. Mas ficou estranho o segundo colocado se contrapor a um candidato sem densidade eleitoral.
Ciro Gomes teve um bom desempenho. Conseguiu dialogar com todos e lançou algumas pontes. Em diálogo com Marina, ele pela primeira vez nessa campanha chamou o afastamento de Dilma Rousseff de impeachment e não de golpe. Ciro, o terceiro nas pesquisas, repetiu que é preciso evitar a polarização. Lembrou também que Bolsonaro não foi ao debate, mas poderia estar presente porque deu uma entrevista a uma emissora na quinta-feira. A ausência do líder na intenção de votos foi tema de um bom diálogo entre Ciro e Henrique Meirelles. O ex-ministro da economia acha que Bolsonaro não vai conseguir governar o país com o seu núcleo formado, por exemplo, pelo vice Hamilton Mourão.
A grande defesa da democracia foi feita por Guilherme Boulos. Em discurso apaixonado, falando com Haddad, lembrou que hoje se vota porque pessoas lutaram pela democracia no passado. É bom lembrar disso para que não se esqueça. Essa parte da história está sendo esquecida, principalmente pela campanha que faz o líder das pesquisas. Bolsonaro a todo o tempo trata a ditadura como se aquele tempo tivesse sido um passeio, como se as vítimas que sofreram na ditadura fossem as erradas.
Apesar de tudo, as críticas a ele foram muito menos intensas do que deveriam. O líder das pesquisas, em qualquer campanha, é o que mais sofre ataques. Bolsonaro não estava presente, de certa forma se poupou. Mas ocupou, no mesmo horário, a programação de uma emissora, que não abriu espaço semelhante para outros candidatos. A Justiça Eleitoral deveria olhar para isso. Na campanha, uma TV só pode fazer a entrevista com um concorrente se fizer com os outros. É o que diz a lei, que não está sendo observada.

Fonte: Miriam Leitão/O Globo

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