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domingo, 20 de maio de 2018

COM FOME, SOLDADOS TROCAM EXÉRCITO VENEZUELANO POR QUALQUER "BICO".

Ele se alistou na Guarda Nacional da Venezuela para sair da pobreza. Mas pouco mais de dois anos depois, seu salário mensal vale apenas cerca de US$ 2 (cerca de R$ 8), forçando-o a fazer um bico em uma loja de pneus. Ele também entrou com o processo de dispensa.
"Eu não sei o que todo mundo faz para sobreviver", disse Ruben, um sargento de 21 anos de idade, que temendo retaliação concordou em falar sobre sua situação apenas se o seu sobrenome não foi revelado. "Se eu não sair dessa, vou morrer de fome."
Nem mesmo as Forças Armadas, que já foram motivo de orgulho na Venezuela, são imunes ao agravamento da crise econômica, desse país rico em petróleo, com escassez de alimentos e preços subindo rapidamente. Enquanto os comandantes superiores negam que haja qualquer descontentamento, analistas dizem que milhares de soldados estão pedindo dispensa ou estão simplesmente indo embora, desertando seus postos.
Desde que assumiu o cargo após a morte de Hugo Chávez, seu mentor que instalou a administração socialista da Venezuela, o presidente Nicolás Maduro tem procurado demonstrar apoio às Forças Armadas mimando as tropas com bônus e premiando oficiais leais com altos cargos governamentais.
Ele está contando com o apoio dos militares para montar acabar com qualquer reação turbulenta caso seja declarado o vencedor da eleição presidencial de domingo (20), em um pleito que foi condenado por grande parte da comunidade internacional por impedir alguns de seus principais críticos de concorrer.
Mas, enquanto a Venezuela entra em falência e a hiperinflação pulveriza os salários de civis e soldados, o descontentamento está entrando nas casernas, levantando dúvidas se as tropas permanecerão leais enquanto seus estômagos roncam de fome.
Com a oposição derrotada e a economia piorando nas mãos de um governo cada vez mais autoritário, muitos venezuelanos, assim bem como a administração Trump, estão olhando mais atentamente para os militares, que historicamente interferiu calmamente durante momentos de crise política.
Ruben, magro e abatido, falou com a AP depois de atravessar a rua do Forte Tiuna de Caracas, depois de entregar seus papéis de dispensa, cópias das quais ele ainda carregava em uma pasta.
Ele contou que não conseguia alimentar a esposa grávida e o filho de 2 anos com o pagamento que recebia da Guarda Nacional. Ruben procurou trabalho trocando pneus em seus dias de folga, ganhando o dobro dos cerca de $2 por mês, que ele recebe do exército. O militar disse que planeja transformar o que hoje é um bico em um trabalho de tempo integral, assim que for dispensado.
Ele não está sozinho nessa.
Na ilha caribenha de Margarita, soldados em uniformes verde-oliva e com rifles pendurados sobre seus ombros vagueiam pelo mercado todas as manhãs mendigando comerciantes de frutas e legumes.
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Fonte: Boris Vergara/Xinhua - AP/UOL/Jornal Floripa

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