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domingo, 20 de agosto de 2017

ESPELHO, ESPELHO MEU.

Existe no mundo um estado mais caro, ineficiente e cruel do que eu, Estado brasileiro? – A Venezuela não morreu. A rima é inevitável, verdadeira e o povo sofrido digno de compaixão – o Espelho respondeu com realismo e piedade. – Então, você está dizendo que meu futuro é uma grande Venezuela? Indagou o Estado. – Depende, retrucou o espelho, as nações são diferentes, mas os destinos podem coincidir.
Você toma das pessoas quase 40% da riqueza nacional, investe 1% e os 39% vão para gastos correntes, tem um déficit nominal de 5% e uma dívida pública de acima de 70% do PIB.
Você foi capturado pelo corporativismo, pelo patrimonialismo e pela corrupção. É um pau mandado do estamento burocrático que invade e dirige a esfera política, econômica e financeira.
É um Brasil que pode mais do que trabalha e suga o Brasil que trabalha mais do que pode.
O Estado reagiu: - Então sou um monstro frio que compromete o futuro das criancinhas; que permite a violência dizimar a juventude; que humilha aposentados e é generoso com a minoria dos privilegiados?
Ora, espelho, eu não sou filho de chocadeira, não sou produto de geração espontânea, sou esta criatura disforme, malévola, mas vocês me criaram a partir de seus defeitos e virtudes!
O Espelho, serenamente, prosseguiu: – É verdade! Você é reflexo dos nossos vícios e virtudes. Mais dos vícios. De fato, fez muito pelo País. Somos a oitava economia do mundo. Temos ilhas de excelências universalmente reconhecidas.
Porém, o que você faz com as mãos desfaz com pesados pontapés. Basta olhar e comparar os indicadores internacionais para constatar nossas decepcionantes posições no contexto global.
Entendi: não tenho salvação! Afundarei no pântano das misérias e levarei comigo uma nação que tem todas as possibilidades de ser próspera, mais justa e... – Não, interrompeu, o Espelho, você e o Brasil têm salvação, contanto que não se entregue o Brasil a um “salvador da pátria”, a um herói/malandro ou a um mito macunaímico; que não se jogue a culpa das nossas escolhas erradas em entidades fantasmagóricas; que prevaleça a sábia lição de Millôr Fernandes que ensina “quando as ideologias ficam bem velhinhas, elas vêm morar no Brasil”.
As dores do parto ensinaram às novas gerações: o valor da liberdade, o valor da moeda estável e que empreender vale mais do que se tornar um “servo da gleba” estatal.

Fonte: Gustavo Krause/Blog do Noblat

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