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domingo, 5 de outubro de 2014

ELEITORES DEIXAM DE VOTAR AO SABER QUE VOTOS JÁ ESTAVAM REGISTRADOS.


Dois casos aconteceram no Recife e em Jaboatão dos Guararapes.
Mesários identificaram que nomes estavam nas listas de quem já votou.


Pelo menos dois eleitores pernambucanos relatam não terem conseguido votar neste domingo (05). Segundo eles, ao chegar às seções eleitorais, seus nomes já constavam das listas de votos registrados. Os casos aconteceram no Recife, onde já há voto por identificação da impressão digital, e em Jaboatão dos Guararapes, que ainda não conta com a tecnologia.
Por telefone, a servidora estadual Sandra Branco contou ao G1 que chegou para votar na escola Brigadeiro Eduardo Gomes, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Depois de ter entregue os documentos ao primeiro mesário e de ter recebido dele o comprovante de votação do primeiro turno, ela foi informada pela segunda mesária que estava impedida de votar.
"Ela digitou o número do meu título na máquina e me disse assim: 'Você está impedida de votar, porque consta aqui que você já votou'. Perguntei como aquilo era possível, já que não tinha colocado minha digital. Ela colocou o título de novo, e como deu a mesma coisa, pedi para falar com um supervisor, um encarregado."
Sandra disse que um outro rapaz chegou, repetiu o procedimento e, diante do mesmo resultado, disse que não poderia fazer nada e pediu que a eleitora fosse para casa. "Isso é muito grave, e vou denunciar, porque do jeito que aconteceu comigo, pode ter acontecido com outros. Foi tirado o meu direito de exercer minha cidadania, me impedindo de dizer em quem quero votar", queixa-se.

A eleitora conta ainda que foi orientada a procurar a ouvidoria do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) na segunda-feira, para fazer uma queixa e relatar o ocorrido. "A presidente da mesa ficou muito irritada comigo, porque eu parei a mesa, parei a seção. Acho que não devo ser um caso isolado, e isso demonstra que o sistema é falível", aponta.
Acompanhada por um advogado, Sandra voltou à escola e repetiu todo o processo. Ela diz que o advogado procurou um juiz eleitoral por telefone e foi ao posto do TRE-PE no Forte das Cinco Pontas, no Recife, mas ela realmente não pôde votar. "Estou chocada. Um desembargador disse que é mais fácil um boi voar do que alguém ter votado no meu lugar. Para quem foi esse voto? Eu não sei. O que se pode fazer se o tribunal diz o que diz?", questiona.
O analista de sistemas Wildson Coutinho, 47 anos, também não pôde votar. Ao chegar ao colégio Souza Leão, em Candeias, Jaboatão dos Guararapes, foi informado ainda pelo primeiro mesário que já havia um voto registrado no nome dele.
"A ata estava assinada, mas informei a eles que a assinatura não era a minha e o nome não era o meu. Como é que eu vou ser penalizado por um erro desses? Queria votar, exercer minha cidadania", conta.
Coutinho procurou o supervisor do prédio e, com ele, foi às quatro seções eleitorais existentes no local, para tentar identificar nas listas o nome da pessoa que votou no lugar dele, mas nada foi localizado. "O fato é que fiquei sem votar, sem exercer o meu direito. O supervisor foi muito solícito e disse que ia levar o caso à Justiça Eleitoral".
O desembargador Paulo Roberto de Oliveira Lima, integrante da comissão totalizadora do TRE-PE, negou que a eleitora Sandra Branco tenha sido impedida de votar. "Isso é impossível acontecer no sistema biométrico. Ouvimos rumores, mas não houve nenhuma comunicação ao TRE", disse.

Fotos: Reprodução/Facebook

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