Sondada pelo presidenciável Eduardo Campos para ser candidata a senadora pelo PSB da Bahia, a ex-corregedora do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) Eliana Calmon diz que "não conhece nada da política", mas que "não vê mal" em disputar um mandato nas eleições de 2014.
A ministra do STJ (Superior Tribunal de Justiça) é vista como um trunfo para criar um palanque forte para Campos na Bahia, tendo a senadora Lídice da Mata (PSB) como candidata ao governo do Estado. O partido desembarca em dezembro do governo Jaques Wagner (PT) para armar um voo solo no quarto maior colégio eleitoral do país.
A ministra afirma que ainda está reticente quanto a deixar a magistratura. "Não tenho filiação, não conheço nada de política", afirmou. Contudo, lembra a proximidade da sua aposentadoria no tribunal, prevista para setembro de 2014, para buscar um novo campo de atuação. "Pode ser um novo caminho. Não vejo mal (em uma candidatura)", disse a ministra.
Caso deseje disputar as eleições, Calmon terá de deixar o STJ e se filiar a um partido até abril de 2014. Ela conta que recebeu "convites de todos os principais partidos, menos o PT".
A Folha apurou que, caso ingresse na vida política, seu destino deverá ser mesmo o PSB. As negociações com o partido, que incluíram conversas com Eduardo Campos e Marina Silva, estão bastante adiantadas.
TJ-BA
Calmon diz que acompanha de perto as últimas decisões do CNJ que resultaram no afastamento e na investigação dos desembargadores Mário Alberto Hirs e Telma Britto, respectivamente presidente e ex-presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, e que a decisão era esperada.
Segundo ela, o afastamento é resultado de três anos de não cumprimento de determinações feitas pelo CNJ, relacionadas a pagamento de precatórios, realização de concursos públicos e funcionamento de cartórios na Bahia. "O afastamento aconteceu porque nada do que o CNJ determinou foi feito. Ia fazer o quê, continuar determinando sem ter um fim?"
E criticou a defesa dos desembargadores, que alegam perseguição: "Acho que fica feio ficar jogando a culpa em cima de A ou B. A culpa é de quem não resolveu aceitar um órgão [o CNJ] que está aí para corrigir a gestão do poder Judiciário".
Fonte: Folha de São Paulo
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