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Desde que sua recandidatura foi lançada por Lula, em fevereiro, Dilma Rousseff vive um dilema do tipo Dr. Jekyll e Mr. Hyde. No início de março, ela disse que não permitiria que o monstro ocupasse o corpo do médico antes da hora: “Podemos fazer o diabo quando é hora de eleição, mas quando se está no exercício do mandato, temos de nos respeitar.”
Desde então, essa vontade obstinada de separar a presidente da candidata mergulhou o Planalto numa rotina confusa. Dizem que a assessoria da presidente –ou seria da candidata?— já cogita até mandar confeccionar um par de broches. Um com a letra ‘P’, outro com a letra ‘C’. Acredita-se que a providência pode facilitar muito as coisas.
Em eventos públicos, por exemplo, Dilma poderia entregar chaves do Minha Casa, Minha vida com o broche de presidente. Na hora de posar para fotos ao lado da clientela, trocaria pelo broche de candidata. Em reuniões fechadas, os adereços ajudariam a própria Dilma a se autodisciplinar, evitando fazer o diabo diante dos ministros sem trocar de broche.
Nesta terça-feira, com o ‘C’ na lapela, Dilma tocou ‘caxirola’ ao lado de Carlinhos Brown, no Planalto. Depois, com o broche ‘P’, dirigiu-se aos repórteres: “Sabe por que eu não estou em campanha? Porque eu tenho obrigação durante 24 horas por dia de dirigir o Brasil. É impossível qualquer desvio dessa rota.”
Por sorte, a administração das quatro personalidades dos antagonistas de Dilma –duas de Aécio Neves e duas de Eduardo Campos— é mais simples. Gravatas listadas ou ornamentadas, é candidato. Gravatas lisas, é senador ou governador. Tomados todos esses cuidados, o brasileiro pode dormir tranquilo. Sabe que os mandarins da política jamais ousariam colocar suas conveniências eleitorais acima dos interesses do país sem nem trocar de broche. Ou de gravata.
Fonte: Josias de Souza
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