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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

MINISTRO NEGA INDICAÇÃO DE PARENTE E FAVORECIMENTO POLÍTICO EM VERBAS.

Fernando Bezerra (Integração) deu explicações em comissão do Congresso.
'Há uma campanha para atacar a minha imagem e a do meu partido', disse.


O ministro ainda afirmou que sabe "relevar os ataques e aceitar as críticas", mas afirmou que não se pode "atacar e denegrir a imagem das pessoas".
Bezerra é alvo de denúncias segundo as quais privilegiou o estado natal, Pernambuco, na distribuição de verbas contra enchentes; favoreceu o filho, o deputado federal Fernando Coelho (PSB-PE), com liberação de emendas parlamentares da pasta; e agiu para manter o irmão, Clementino Coelho, na presidência da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), estatal subordinada ao ministério.
O ministro voltou a reconhecer que no ano passado destinou mais recursos para ações de prevenção de desastres para Pernambuco – R$ 98 milhões empenhados – e que a maior parte – R$ 70 milhões – foi utilizada na construção de um sistema de cinco barragens para evitar novas enchentes no estado. O ministro disse que o investimento teve o aval do governo e de vários ministérios. "Foi uma decisão técnica", afirmou.
A comissão foi convocada durante o período de recesso parlamentar especialmente para ouvir as declarações do ministro sobre as denúncias das quais é alvo. "Venho como gestor público, por ser meu dever explicar, esclarecer", disse Bezerra.
A presença do ministro perante a comissão foi fruto de um acordo firmado entre o próprio Bezerra Coelho e o presidente do Senado José Sarney (PMDB-AP), que também preside a Comissão Representativa. A reunião do grupo foi convocada por Sarney na terça-feira (10).
Embora formada por 25 parlamentares (17 deputados e 8 senadores), a Comissão Representativa do Congresso acabou atraindo para a reunião pelo menos outros 10 congressistas, a maioria da base governista, que não integram o grupo.
Só do PMDB, apareceram os líderes na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), e do Senado, Renan Calheiros (AL), além do presidente da sigla, Valdir Raupp (RO) e do deputado Francisco Escórcio (MA). Foram também o líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) e o senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA).
Oposição
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR), um dos autores do requerimento de convocação, questionou Bezerra sobre o favorecimento ao filho, o deputado federal Fernando Coelho, com liberação de emendas parlamentares da pasta. Dias também questionou Bezerra sobre quatro ações do Ministério Público por irregularidades no período em que o ministro foi prefeito de Petrolina.
"Quero reiterar que 54 deputados tiveram 100% de emendas empenhadas. Não é um privilégio e uma exceção [o filho]. O ideal seria empenhar 100% das emendas de todos os parlamentares", disse Bezerra.
Sobre as quatro ações do MP, Bezerra afirmou que foram protocoladas em dezembro, durante o recesso, e que só agora foi notificado. Ele disse ainda que em ações anteriores foi inocentado e que em 30 anos de vida pública nunca teve contas reprovadas.
O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), disse que o governo Dilma não priorizou os trabalhos de prevenção de desastres naturais e investiu menos da metade do que foi autorizado. Segundo ele, o investimento em prevenção foi "pífio". "A conclusão que chegamos é que o governo não tem a menor vocação para enfrentar tragédias", afirmou o deputado.
Bezerra respondeu que houve unificação dos programas de prevenção e que o país está melhor preparado para enfrentar desastres naturais.

Fonte: G1

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