Por meio de assessores, ministro afirmou que não tem planos de se afastar do cargo por causa de câncer que acomete sua mulher.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou hoje a intenção de se afastar do cargo neste início de ano para tratar de uma questão pessoal, o tratamento de saúde de sua esposa Eliane Berger Mantega. A possibilidade foi levantada na edição desta semana da revista Época, segundo a qual a saída do ministro da Fazenda já teria sido aventada no círculo próximo à presidenta Dilma Rousseff.
A assessoria de imprensa do ministério informou que Mantega "não cogitou nem cogita deixar o governo". "A revista se aproveitou de uma questão estritamente pessoal para fazer ilações", afirmou a equipe do ministro.
Reforma ministerial: Mudanças na Esplanada devem ocorrer ainda neste mês
Detectada no início deste mês de dezembro, a doença da esposa de Mantega já provocou mudanças na rotina do ministro que, segundo a revista, passou a despachar com frequência a partir de São Paulo. Mantega tem de fato passado mais tempo na capital paulista, onde utiliza um escritório do ministério. Nos bastidores, já se comentava que a razão disso era a doença da esposa. "Realmente tem a doença, mas não acho que ele vá sair por isso", comentou um ministro.
Tido atualmente como um dos ministros mais poderosos da Esplanada, Mantega ganhou espaço no círculo próximo à presidenta Dilma desde que o antigo chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, deixou o governo no ano passado, sob suspeita de enriquecimento ilícito. Mantega assumiu a Fazenda ainda no governo Lula, na esteira de outro escândalo em torno de Palocci, o da quebra de sigilo do caseiro Francenildo dos Santos Costa.
Na hipótese de sua saída do governo, a expectativa seria a de uma substituição caseira, com a indicação do atual secretário-executivo da pasta, Nelson Barbosa. Segundo a revista, Mantega estaria preocupado com a proximidade de Barbosa e Dilma. "Não acho que a ciumeira seja tanta assim", minimizou um colega. Ele observou que Barbosa esteve com Mantega no Ministério do Planejamento, no BNDES e agora ocupa o que seria o cargo de número dois do ministério.
As conversas sobre uma eventual saída de Mantega atingiram seu auge na quarta-feira passada, quando Mantega interrompeu suas férias para vir conversar com Dilma durante almoço. Como Barbosa tinha tido uma audiência pouco antes, houve quem concluísse que se tratava da mudança no comando da Fazenda, o que não se confirmou.
Reforma
As especulações ocorrem em meio aos preparativos no governo para a realização da primeira reforma ministerial comandada desde o início da gestão de Dilma. Por enquanto, as únicas mudanças confirmadas são a saída do ministro da Educação, Fernando Haddad, para disputar a prefeitura paulistana, e sua substituição pelo atual titular de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante.
Em entrevista à revista, publicada em conjunto com um longo perfil, Mantega afirmou que Dilma não fará mudanças no número de cadeiras que hoje compõem a Esplanada, como chegou a ser aventado há alguns meses.
A relação entre o atual ministro e Palocci também é tema da revista. O texto destaca o fato de Palocci não dar relevância a Mantega ao falar sobre a campanha de 2002 e o governo Lula no livro Sobre Cigarras e Formigas. “No ano da eleição, eu era marcadamente crítico de certas coisas, por exemplo, do ministro da Fazenda, do presidente do Banco Central. Eu tinha posições. O Palocci, ele não tinha nem posição”, afirmou Mantega.
Fonte: Último Minuto/Agência Estado
Foto: Reuters
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