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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

BEZERRA SE DIZ TRANQUILO E AFIRMA TER "CONFIANÇA" DE DILMA.

Nesta manhã, ministro e presidenta tiveram primeiro encontro desde o início da crise na Integração Nacional.

O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, disse hoje estar "tranquilo" no cargo, apesar da sucessão de denúncias envolvendo sua gestão à frente da pasta e na Prefeitura de Petrolina (PE). Bezerra deve falar à comissão representativa do Congresso Nacional na quarta-feira (11) para explicar as supostas irregularidades, abertas pela denúncia de que teria favorecido seu Estado, Pernambuco, no repasse de recursos para o combate a enchentes.
Bezerra teve hoje seu primeiro encontro com Dilma desde o início da crise, ao participar de reunião da coordenação política do governo. Como parte da estratégia de defesa, ele divulgou três notas à imprensa, em que procurou esclarecer as denúncias lançadas contra ele. O ministro também deu declarações minimizando o risco de ser afastado do posto.
"Se não contasse com a confiança e apoio da presidenta, não estaria nessa solenidade", afirmou Bezerra, em referência à reunião realizada por Dilma com ministros para definir providências diante das fortes chuvas que castigam o Sudeste do País. "Estamos tranquilos, nenhuma dessas denúncias irá prosperar, nunca prosperou uma denúncia em relação a minha pessoa, nunca tive nenhuma conta rejeitada. O Tribunal de Contas aprovou todas as contas."
Bezerra creditou as denúncias ao "acirramento político em Petrolina... pela aproximação da disputa política municipal". Ele já foi prefeito da cidade três vezes, mas transferiu recentemente seu domicílio eleitoral para Recife. Ao final de uma entrevista coletiva, entretanto, ele evitou dizer se pretende entrar na corrida municipal. "Eu te respondo na quarta-feira", afirmou.
O ministro também procurou desqualificar as denúncias de que teria privilegiado seu filho, o deputado federal Fernando Coelho Filho, no empenho de emendas parlamentares individuais.
O filho do ministro é possível candidato à Prefeitura de Petrolina na eleição deste ano, enquanto Bezerra é a principal opção do PSB caso o partido decida lançar candidato à Prefeitura da capital de Pernambuco, Estado governado pelo socialista Eduardo Campos, presidente nacional da sigla.
"Assim, é natural que, em meio da proeminência de alguns familiares, a cidade possua grupos políticos de oposição, que divulgam qualquer fato como se verdadeiro fosse e que se utilizam de qualquer órgão de controle para apresentar denúncias sem fundamento, mas que dão noticiário e terminam por ser objeto de investigação", disse Bezerra em uma das três notas divulgadas pelo ministério.
Blindagem
O Palácio do Planalto vem trabalhando para blindar Bezerra das denúncias tendo em vista alianças para a eleição municipal de Recife, cidade atualmente governada pelo PT. Petistas e socialistas são aliados tanto na prefeitura de Recife como no governo de Pernambuco.
Em relação a suposto favorecimento ao seu filho, o ministro afirmou que 138 parlamentares tiveram emendas empenhadas, ou 62 por cento do total de parlamentares com emendas destinadas ao ministério e vinculadas.
"Em relação ao deputado federal Fernando Coelho Filho informa-se que em 2011 o parlamentar teve suas emendas ao orçamento do ministério empenhadas em percentual equivalente a outros 53 parlamentares", disse. "Ou seja, não é correta a afirmação de que houve suposto favorecimento".
Sobre a dupla compra de um terreno em Petrolina, publicada hoje pelo jornal Folha de S.Paulo, Bezerra disse ter sido induzido a "erro" por questões procedimentais. Segundo ele, a primeira aquisição não teria sido registrada no Cadastro Imobiliário do Município e no Registro Geral de Imóveis, e que os valores foram restituídos à Prefeitura.

Fonte: Último Segundo/Reuters/Agência Estado

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