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sábado, 14 de janeiro de 2012

AUMENTO DE VAGAS DEIXA CANDIDATOS MAIS CONFIANTES.

O aumento de oito vagas na Câmara Municipal de Natal (CMN) tem sido um incentivo a mais para propensos candidatos à parlamentares na eleição deste ano, a começar pelos atuais. Dos 21 vereadores da capital 19 devem concorrer à reeleição, caso não se integrem em algum outro projeto na esfera majoritária. Esse número dá a potente marca dos 90%. Apenas Dickson Nasser (PSB) e Heráclito Noé (PPS) garantem enfaticamente que não disputarão o pleito. O primeiro porque pôs em seu lugar o filho mais novo, Dickson Júnior (PSDB), para disputar uma das vagas da CMN. O segundo porque já externou que não tem perfil para cargos legislativos e assegurou esta semana à TRIBUNA DO NORTE que é "impossível" disputar a reeleição. "Vi que não somo o quanto gostaria. Meu perfil é mais para cargos no Executivo", declarou ele.
Heráclito Noé garante, no entanto, que não transferirá as bases eleitorais que o elegeram na campanha de 2008 para parentes próximo ou distante. Ele asseverou que a decisão tomada no sentido de abandonar a carreira de vereador tem escopo estritamente pessoal. Já no caso de Dickson Nasser os herdeiros estão nos projetos do peessebistas desde a eleição de 2010. Na época presidente da Câmara Municipal, o parlamentar conseguiu eleger o filho mais velho, Dibson Nasser (PSDB), deputado estadual. Um forte motivador para a retirada de campo de Dickson é também o fato de compor uma legenda, o PSB, pela qual não nutre qualquer afinidade ideológica atualmente. Ele permanece no partido por temer a lei da infidelidade partidária, mas os dois filhos foram inseridos no meio político-partidário por meio de uma outra sigla - e de índole ideológica substancialmente diferente - que é o PSDB.
De qualquer maneira, as projeções são otimistas para mais da metade dos vereadores que concorrerão à reeleição. Para seis deles, contudo, uma decisão judicial é aguardada com preocupação porque pode abalar sensivelmente as candidaturas como aconteceu com outros postulantes que tentaram, sem sucesso, a reeleição em 2008. São eles Edivan Martins (PV) - atual presidente, Dickson Nasser, Adenúbio Melo, Adão Eridan, Aquino Neto e Júlio Protásio, todos réus da Operação Impacto.
Há expectativas, ainda, que ex-vereadores, também réus do mesmo processo, possam vir a se candidatar este ano. É o caso de Geraldo Neto (PMDB), Carlos Santos (PR), Edson Siqueira (PV) e Aluísio Machado (PSB). O petista Júnior Rodoviário,q que não faz parte do grupo alvo de Ação Penal, também elenca o rol de prováveis candidatos. Dos novatos na política tem ainda a professora Amanda Gurgel (PSTU). A militante de extrema esquerda virou febre nacional quando foi ao ar um vídeo no youtube em que criticava de maneira emocionada o sistema educacional brasileiro. O sucesso foi tanto que a professora foi convidada para conceder entrevista nas principais emissoras e jornais do país. Mesmo assim, ela não é cotada como carta certa na CMN porque dispõe de um estrutura eleitoral inexistente. Situação diversa têm os filhos dos deputados Ricardo Motta, Rafael Motta, e de Antônio Jácome, Jacó Jácome, que terão o apoio dos pais, políticos veteranos.
Candidatos à reeleição têm vantagens
Aqueles que concorrem à reeleição dispõe de vantagens substanciais em relação aos demais, sobretudo se a comparação diz respeito ao cidadão comum, com condições limitadas. Os atuais vereadores contam com uma estrutura que engloba uma remuneração de R$ 15.031,75 e uma verba de gabinete no valor de R$ 17 mil. Eles tem ainda disponível 10 assessores parlamentares (APMs) pagos pela CMN. A estrutura da Casa foi redimensionada em junho deste ano, quando a presidência extinguiu 265 cargos comissionados, embora tenha aumentado o valor dos salários.
Com as mudanças, as remunerações para os cargos de confiança na Câmara chegam a R$ 9 mil, no caso do diretor geral e do procurador-geral. Segundo o presidente da CMN, vereador Edivan Martins (PV), mesmo com os reajustes a economia anual será de R$ 1,5 milhão. Os projetos que visam contenção de gastos, foram concebidos, segundo ele, com a salvaguarda do Ministério Público. Edivan afirmou que está preocupado porque com a chegada de oito novos vereadores o atual prédio do legislativo municipal não comporta a estrutura necessária. Ele estuda construir um novo imóvel que tenha espaço para a nova composição da CMN.
A presidência da Câmara conta ainda com 58 APMs, além dos cargos criados para estruturar a Fundação Djalma Maranhão, que é responsável, entre outras coisas, pela execução do serviço de radiodifusão, telecomunicação e pelo planejamento e implementação de plano de capacitação de recursos humanos, em áreas de interesse público. Eles têm disponível ainda a estrutura da Fundação Djalma Maranhão, que faz a divulgação dos trabalhos da Casa. São 34 cargos comissionados a um custo total/mês de R$ 55,6 mil. No caso do novo quadro de APMs estes serão em 368 e oneram os cofres da CMN em R$ 1.098 milhão. A estrutura administrativa, procuradoria jurídica, ouvidoria legislativa e guarda legislativa contam com 61 cargos que custarão o equivalente a R$ 170,8 mil ao mês. Para resumir, serão 463 cargos que demandam uma folha mensal de R$ 1.692,4 milhão.

Fonte: Tribuna do Norte
Foto: Aldair Santos

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