Não podemos deixar que o nosso povo continue morrendo literalmente à mingua", disse Dr. Bernardo em tom de indignação.
O parlamentar estadual, Dr. Bernardo, fez um pronunciamento bastante incisivo, na tribuna da assembleia legislativa, na sessão ordinária de ontem, onde destacou o caos da saúde pública do Rio Grande do Norte.Dr. Bernardo, que é médico, frisou que por 30 anos trabalha na região Oeste e algumas cidades de outras microrregiões, e tem conhecimento de causa, sobre a problemática que instalou no estado.
Na suas palavras, Dr. Bernardo citou:
"No dia 20 de julho de 2005, foi onde começou as mazelas que estão aí, no país. Foi nesta data, que o Rio Grande do Norte, aderiu a NOAS (Normas Operacionais da Assistência à Saúde). Um dos artigos desta norma, determina que só pode ser internado 7% da população, por ano por município. Naquela época, as APAMI funcionavam com as Autorização de Internação Hospitalar (AIH's) disponíveis, internado o número de pacientes em sua integridade. Com a aplicação dessa determinação, diminuindo drasticamente as AIH's, quase todas fecharam, como exemplo Campo Grande; Patu; Governador Dix-Sept Rosado; Caraúbas e Umarizal. E muitas outras em regiões diversas. Ficando somente em funcionamento a APAMI de Lajes, por que tem um convênio de R$ 100.000,00 mensais e de Alexandria, por que tem uma liminar que manteve a APAMI com 160 AIH's.
Ali começava o caos na saúde pública do nosso estado. Acrescente a isso, o fato de em 20 anos não haver aumento na tabela de procedimentos do SUS. Para terem ideia, uma endoscopia, custa R$ 48,00 desde 20 anos atrás. Uma ultrassonografia por R$ 24,00; um ginecologista fazer uma Colposcopia por R$ 2,40. Isso mesmo: R$ 2,40. Estes fatores geraram o caos que instalou-se, não somente na saúde do RN, como de todo país. E é para essa questão que quero chamar a atenção da bancada federal, que lutem para que haja uma atualização destes preços, que nitidamente não refletem o que estes profissionais merecem. Em um parto, precisamos reunir 04 médicos, um cirurgião obstetra; um auxiliar; um pediatra e um anestesiologista, para fazer o procedimento. E sabe quanto ganha os quatro médicos? R$ 150,50 para ser dividido por 4. Uma média de R$ 37,62 por cada trabalho destes profissionais.
Mas quando está pior, e achamos que nada por piorar, ver-se que pode ser mais angustiante. Esta semana tomei conhecimento de um ofício de Liga do Câncer de Mossoró, onde expresso está que nenhum paciente do Oeste poderá ser operado por os municípios já tinha atingido o teto. Algo inimaginável, que querer que as prefeituras da região do Oeste do RN, se unam, para cobrar providências. Para tanto, estamos realizando uma Audiência Pública na Câmara de Vereadores de Mossoró, para que possamos obter uma solução para este triste impasse. Não podemos deixar que o nosso povo continue morrendo literalmente à mingua", disse Dr. Bernardo em tom de indignação.
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