Na manhã desta terça-feira (1º) aconteceu na cidade de Sines, em Portugal, a cerimônia de inauguração do cabo submarino de fibra óptica que vai ligar diretamente o Brasil à Europa. O Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, esteve presente.
A empresa EllaLink, responsável pelo novo cabo, investiu cerca de €150 milhões na construção. A Comissão Europeia contribuiu com €25 milhões e o governo brasileiro investiu €8,9 milhões. O equipamento deve conectar Fortaleza, no Brasil, com Sines, em Portugal, com passagens ainda pela Guiana Francesa, Ilha da Madeira, Ilhas Canárias e Cabo Verde.
Cabo submarino brasileiro
Uma das principais vantagens do cabo, apontada pelo ministério, é o fato de as informações não precisarem passar pelos Estados Unidos para chegarem na Europa, como ocorre atualmente com a maior parte das transmissões. No total, o cabo submarino possui 6 mil quilômetros de extensão.
A EllaLink diz que o sistema garante “acesso de alta qualidade aos serviços e aplicações de telecomunicações, por meio de uma conexão direta de alta velocidade e baixíssima latência”. A infraestrutura será usada para educação e pesquisa, mas também para serviços e nuvem e negócios digitais.
A empresa diz que o cabo é capaz de reduzir em 50% a latência da conexão atual. Além da rota pela água, conexões por terra devem ligar o cabo a estados como São Paulo e Rio de Janeiro. Além de Madrid, na Espanha e Marselha, na França.
O projeto do cabo submarino começou a ser pensado em 2013 e o processo de construção teve início em 2018.
Estrutura de cabo submarino no Brasil
No Brasil, o primeiro cabo submarino foi inaugurado em 1857. Ele fez parte da primeira linha telegráfica brasileira e interligava a Praia da Saúde, no Rio de Janeiro, à cidade de Petrópolis. Eram 15 km de cabo submarino em uma linha cuja extensão total era de 50 km.
Em 1874, veio o primeiro cabo totalmente submarino do Brasil; inaugurado por D. Pedro II, ele conectava Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Belém. No ano seguinte, foi criada a linha para ligar Recife, João Pessoa e Natal. Ainda em 1875, Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, participou da organização e do financiamento da instalação do primeiro cabo submarino internacional no país; instalado pela British Eastern Telegraph Company, ele conectou o Brasil a Portugal.
Em anos recentes, outros cabos submarinos foram lançados para interligar o Brasil a várias partes do mundo. Os apresentados na figura acima são os principais deles.
Os cabos submarinos atuais no Brasil e no mundo são de fibra óptica e permitem o transporte de todo tipo de informação digital — ou seja, telefone, internet e demais dados. Geralmente, eles têm 69 mm de diâmetro e pesam cerca de 10 kg por metro. Para águas profundas, no entanto, são usados cabos mais finos e leves. Todos os continentes, exceto a Antártida, são ligados por eles.
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Fonte: Olhar Digital/Blog do BG
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