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quinta-feira, 2 de julho de 2020

CORONAVÍRUS: COMO O VIETNÃ SALVOU O 'PACIENTE 91' APÓS 68 DIAS COM RESPIRADOR E MANTEVE PAÍS SEM MORTES

Cameron foi o último paciente de covid-19 em uma UTI no Vietnã. Ele foi também o caso mais grave que os médicos do país enfrentaram desde o começo da pandemia.

"Se eu estivesse em quase qualquer outro lugar do planeta, eu estaria morto. Eles teriam desligado o interruptor depois de 30 dias", diz Stephen Cameron, deitado em seu leito de hospital.
O piloto escocês de 42 anos passou 68 dias com um respirador, mais tempo do que qualquer paciente no Reino Unido. Mas isso não aconteceu na sua cidade natal de Motherwell, no Reino Unido, mas sim em Ho Chi Minh (antiga Saigon), no Vietnã — sem qualquer amigo ou familiar por perto.
Cameron foi o último paciente de covid-19 em uma UTI no Vietnã. Ele foi também o caso mais grave que os médicos do país enfrentaram desde o começo da pandemia.
O país de 95 milhões de habitantes só teve poucas centenas de casos confirmados, poucas dezenas de internações em UTI e nenhuma morte. O caso de Cameron era tão raro no Vietnã que mereceu cobertura ampla da imprensa local para cada novo desdobramento.
Ele agora ficou conhecido nacionalmente como Paciente 91, apelido recebido em março, quando foi internado.
"Sou muito grato por como fui acolhido nos corações dos vietnamitas", disse Cameron à BBC. "E, sobretudo, sou grato à tenacidade dos médicos em não me deixarem morrer sob sua guarda."
10% DE CHANCE DE SOBREVIVER
Dezenas de especialistas vietnamitas fizeram diversas reuniões para discutir a condição de Cameron.
"O número muito baixo de casos críticos permitiu que qualquer um em estado grave ganhasse a atenção dos clínicos mais graduados do país", explica Kidong Park, o representante do Vietnã na OMS.
Durante boa parte dos dois meses e meio que Cameron ficou internado em coma, ele dependeu de uma máquina Ecmo, uma espécie de suporte de vida usada apenas em casos extremos.
As máquinas extraem sangue do corpo do paciente e colocam oxigênio nesse sangue, que é reintroduzido no paciente.
"Eu tenho sorte que o único efeito duradouro disso parece ser que minhas pernas não têm mais a força para me segurar, mas estou fazendo fisioterapia duas vezes por dia", disse Cameron. "Em um determinado momento, meu amigo Craig ouviu do Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido que eu tinha 10% de chance de sobreviver, então ele já se planejou para o pior — ele se livrou do meu apartamento e começou a fazer as coisas que alguém faria se pensasse que eu voltaria para casa em um caixão."
Desde que retomou consciência, teve várias conversas telefônicas chorosas com amigos que estão no Reino Unido que "não imaginavam que eu fosse voltar".
Médicos tiveram de lidar com várias complicações quando Cameron esteve em coma. Seu sangue ficou extremamente pegajoso, formando coágulos. Seus rins falharam, necessitando diálise. Sua capacidade pulmonar desabou para apenas 10%.
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Fonte: Oliver Barnes e Bui Thu Época
Foto: Cho Ray Hospital

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