O dólar perdeu parte de sua força por causa do novo coronavírus. Uma reportagem do "Los Angeles Times" mostra que dinheiro vivo não vem sendo aceito em diversos estabelecimentos comerciais da Califórnia. Enquanto muitas empresas em dificuldades recebem pagamentos de qualquer forma para sobreviver, outras rejeitam as notas, temendo que possa ser um veículo de transmissão da Covid-19.
Entre elas, estão um campo de golfe público na cidade de Los Angeles e o Jardim Botânico do Condado de Los Angeles, em Arcadia. Uma famosa rede de serviços de jardinagem, uma loja de roupas na Praia de Manhattan e uma lanchonete em Pasadena do Sul também pedem que o pagamento seja feito sem contato.
Alguns especialistas ouvidos pelo jornal americano prevêem que a pandemia vá acelerar um afastamento constante dos consumidores americanos para longe dos dólares e centavos. "Essa crise está claramente nos afastando ainda mais do uso de dinheiro em nossas transações cotidianas", disse Kenneth Rogoff, professor de economia da Universidade de Harvard e autor de "A maldição do dinheiro": "E é por razões óbvias. Ninguém quer tocar em algo que você ou outra pessoa tenha tocado. Isso não vai mudar tão cedo".
Os dólares permanecem em circulação recorde em todo o mundo, afirma o "LA Times", em parte como um refúgio seguro para os investidores e, não raro, segundo Rogoff, como o veículo preferido para lavadores de dinheiro e sonegadores de impostos. Mas nas ruas, o uso das notas faz com que alguns varejistas e clientes tenham medo e, contrariamente à crença popular, não há lei federal que exija que as empresas aceitem dinheiro e moedas.
Não há pesquisas específicas sobre o perigo de o coronavírus ser transmitido por essa via, lembra o jornal. O principal meio de transmissão permanece sendo as gotículas respiratórias produzidas quando uma pessoa infectada tosse ou espirra. Mas isso não torna o dinheiro menos assustador para muitos consumidores e trabalhadores que lidam com notas, sem ter como saber quem as tocou antes.
A caixa de um restaurante mexicano ouvida pelo "LA Times" leva a preocupação a outro nível. Maricela Moreno, funcionária do El Tarasco, em Venice, pega cada nova nota oferecida a ela e a borrifa com álcool. Ela as deixa em cima de uma toalha de papel até secarem, antes de devolvê-las à gaveta. Moreno acha graça da sua lavagem de dinheiro (do tipo literal e legal), mas acrescenta: “Por que não? Só por segurança".
Fonte: Extra
Foto: Ahmad Al-Rubaye/AFP
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